PSD de Beja reafirma importância estratégica do aeroporto

A importância estratégica do projecto do aeroporto civil de Beja para o desenvolvimento do Alentejo foi realçada no sábado numa conferência do PSD, naquela cidade, que visou também dissipar dúvidas sobre o avanço do empreendimento.Promovida pelo gabinete de estudos da comissão política distrital de Beja do PSD, com o apoio do Instituto Sá Carneiro, a conferência, na Pousada de S. Francisco, denominou-se "Aeroporto de Beja - Uma porta para o desenvolvimento do Alentejo".Apesar de oradores como Leonor Beleza, vice-presidente da Assembleia da República, não terem podido estar presentes, o encontro serviu para alguns responsáveis do PSD reafirmarem o empenho no projecto de utilização civil da Base Aérea Nº 11.Este projecto, ambicionado há mais de uma década no distrito, deu origem à criação da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja (EDAB) em 2000, pelo Governo do PS, mas não chegou, nesse período, a passar do papel.A situação mantém-se actualmente com o executivo PSD/CDS-PP, pois ainda não arrancaram quaisquer empreitadas no terreno, embora tenham já sido realizados estudos e cumpridos vários formalismos considerados preparatórios da fase de obra.Depois de terem sido apontados vários prazos para a entrada em funcionamento da infra-estrutura, ainda no tempo do PS, também o primeiro-ministro, Durão Barroso, assumiu, em 2002, durante uma deslocação a Beja do Presidente da República, Jorge Sampaio, que a actividade iria arrancar em 2003, o que não se verificou.O período recente da EDAB tem também dado origem a algumas polémicas, com os órgãos de comunicação social locais a noticiarem divergências entre os membros do conselho de administração, presidido por Santos Nicolau (nomeado pelo PS) e que tem como vogais José Gaspar e Mário Resende (do PSD).Apesar de o presidente da EDAB não ter estado presente na conferência, que teve como moderadores os dois vogais da administração, vários responsáveis do PSD mostraram-se confiantes na viabilidade do empreendimento."Não devemos olhar este aeroporto como sendo concorrente dos outros três principais aeroportos do País [Lisboa, Porto e Faro]. Neste momento, pode é vir a ser complementar do de Faro, que tem de ter alternativas credíveis", argumentou o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Marco António.Frisando que o Alentejo está, actualmente, numa "fase determinante" para definir o seu futuro, depois de ter "regredido", em comparação com a média nacional, "nos seis anos de Governo do PS", Marco António garantiu que o aeroporto deve ser interligado com outros investimentos."O Porto de Sines, o aeroporto de Beja e o Alqueva são uma trilogia que constitui uma oportunidade de ouro para o desenvolvimento da região. Cada um deles não pode ser desenvolvido em separado", sustentou.Relativamente ao compromisso de Durão Barroso sobre a entrada em funcionamento da plataforma em 2003, o vice-presidente do grupo parlamentar não teve dúvidas em afirmar que o primeiro-ministro "foi enganado"."Foi enganado, todos nós sabemos por quem e percebemos o porquê", disse, sem revelar mais nada sobre o assunto, mas contrapondo que, este ano, "existe um compromisso" do ministro das Obras Públicas para a utilização do aeroporto durante o Euro 2004.Segundo Marco António, as obras necessárias para que esse compromisso se cumpra estão "a ser preparadas", porque, acrescentou, o PSD não gosta de "inaugurações feitas à pressa", ao contrário do que aconteceu "com o PS relativamente ao regadio de Alqueva"."Por razões de ordem política, o PS preferiu começar o regadio por Ferreira do Alentejo [liderada pelos socialistas] e não por Moura, que estava mais perto do Alqueva, porque esta é uma autarquia da CDU", acusou.Quanto ao presidente da Distrital de Beja do PSD, Amílcar Mourão, enumerou os passos dados por este Governo para possibilitar a criação do aeroporto, afirmando que "em alguns meses fez-se muito mais do que em quatro anos".

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