Obra ilegal no andar inferior esteve na origem de derrocada em prédio no Seixal

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O edifício teve de ser evacuado, ficando 21 pessoas desalojadas Enric Vives-Rubio

O acidente fez nove feridos ligeiros e deixou desalojadas 21 pessoas. Estão em curso trabalhos de estabilização

A derrocada parcial do pavimento de um terceiro andar de um prédio no concelho do Seixal, que anteontem fez nove feridos ligeiros e 21 desalojados, terá sido provocada pela retirada de uma parede de suporte das lajes do imóvel. Segundo o vice-presidente da autarquia, essa estrutura constava do projecto do edifício e deverá ter sido retirada em obras posteriores à sua construção.

Foi esta a conclusão a que chegaram os técnicos camarários que durante o dia de ontem realizaram uma vistoria, em colaboração com um perito da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, ao número 18 da Rua Dr. Arlindo Vicente, em Torre da Marinha. Foi aqui que, pelas 22h30 de segunda-feira, ocorreu a queda parcial do piso da sala do terceiro andar sobre o piso inferior.

Na altura do acidente, decorria no andar de cima uma festa de aniversário, enquanto no de baixo dormiam uma mãe e uma filha. Segundo os últimos dados divulgados pela Câmara do Seixal, a evacuação do edifício deixou desalojadas 21 pessoas. Duas estão a dormir numa instituição do concelho, dez numa residencial e as restantes nove em casas de familiares. "Concluímos que o colapso das lajes se deveu à ausência de um elemento de suporte. Entre os escombros e detritos não há vestígios dessa parede, que suportava as duas lajes", explicou ao PÚBLICO o vice-presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos.

Ao longo do dia de ontem moradores do prédio já tinham adiantado a hipótese de a derrocada ter tido origem em obras realizadas há cerca de três anos no segundo andar. O vice-presidente da autarquia diz que não é neste momento possível confirmar que a causa do acidente esteja nessas obras, que, segundo afirmou, não foram licenciadas.

"Neste momento, o nosso principal objectivo é restabelecer a segurança. Depois se verá como é em termos de custos e responsabilidades", disse ainda Joaquim Santos. De acordo com o autarca, estão em curso desde as 14h de ontem trabalhos com vista à estabilização dos elementos estruturais do edifício. Só após a sua conclusão será possível determinar quando poderão os moradores do número 18 da Rua Dr. Arlindo Vicente voltar às suas habitações.

A derrocada provocou nove feridos ligeiros. Segundo fonte do Garcia de Orta citada pela Lusa, deram entrada neste hospital seis pessoas, que apresentavam pequenas contusões e algumas escoriações. Todas elas tiveram alta entretanto.

"Apesar da desgraça, as pessoas tiveram muita sorte em sobreviver sem mazelas de maior. Felizmente não houve feridos graves", sublinha o vice-presidente da Câmara do Seixal. Joaquim Santos acrescenta que isso só foi possível porque no momento do acidente as duas ocupantes do segundo andar se encontravam num quarto situado no extremo oposto da sala cujo tecto desabou.

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