Jardins de Belém acolhem pavilhão tailandês, fabricado sem pregos nem parafusos

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O pavilhão foi feito na Tailândia e mede mais de cinco metros de altura Dario Cruz

Vandalização da vistosa construção é um risco, reconhece presidente da junta de freguesia. Pavilhão é hoje inaugurado pela princesa da Tailândia

No dia de os miúdos se mascararem de reis e rainhas, Belém recebe uma princesa em carne e osso para inaugurar um pavilhão que mais parece saído de um conto de fadas.

Sua alteza real, a princesa tailandesa Maha Chakri Sirindhorn, está em Lisboa para oferecer à cidade uma construção tradicional em madeira de teca revestida a folha de ouro e vitrais brilhantes. Depois de muitas hesitações sobre o melhor lugar para o colocar, o sumptuoso pavilhão foi montado nos jardins de Belém, para comemorar cinco séculos de relações diplomáticas entre o antigo reino do Sião e Portugal.

"Não tem um único prego ou parafuso. Foi montado todo com encaixes na madeira", explica José Mello Gouveia, embaixador português na Tailândia nos anos 80 e uma das pessoas que mais se empenharam para que Portugal recebesse o pavilhão, fabricado por métodos tradicionais que não incluem o uso de metais. Separada em peças, a estrutura chegou por mar a Lisboa em Novembro, tendo sido então montada em Belém. Desde aí tem estado nos jardins, mas com uma vedação ontem retirada.

Mello Gouveia recorda a "luta titânica" que travou durante quatro anos com diferentes entidades para conseguir que o pavilhão fosse montado em solo português. Primeiro pensou-se no Jardim Botânico Tropical, mas ficava muito escondido; depois pensou-se na beira-Tejo, defronte da Cordoaria, mas a Rede Ferroviária Nacional opôs-se; por fim, explica o antigo diplomata, foi preciso convencer o Instituto do Património Arquitectónico a autorizá-lo nos jardins de Belém.

"Se não arranjarem um esquema de segurança qualquer, aquilo mais cedo ou mais tarde é vandalizado", observa o presidente da Junta de Freguesia de Belém, Fernando Ribeiro Rosa, satisfeito por o pavilhão representar "uma mais-valia para o jardim". Essa é também a opinião de alguns habitantes da zona. "É bonito", diz Fernando Cruz, funcionário público reformado, enquanto observa o interior vermelho e dourado da construção. "Mas, se não tomam providências, vandalizam-no todo. E aqui, apesar da proximidade da esquadra de Belém, nem sempre há policiamento à noite". O gradeamento pintado "ainda há-de servir de baliza para jogarem à bola", vaticina.

O porta-voz do vereador dos Espaços Verdes, João Camolas, diz desconhecer qualquer esquema especial de segurança para proteger o pavilhão - que mede mais de cinco metros de altura e foi concebido pelo arquitecto Athit Limmun, com um telhado em forma de escamas de peixe e pináculos dourados a simbolizar anjos. No âmbito das comemorações, tem lugar amanhã no Museu do Oriente um espectáculo de dança tailandesa com entrada gratuita.

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