Almada apresentou plano para recuperar o Ginjal até 2014

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Plano visa atrair indústrias criativas e actividades de lazer miguel dantas

Estudo prévio do plano de pormenor, divulgado anteontem em Cacilhas, prevê também complexos habitacionais e um mercado

A Câmara de Almada deu a conhecer os planos que tem para requalificar o Cais do Ginjal, que preenche boa parte da frente ribeirinha norte do concelho. As ruínas de edifícios devolutos sem telhado vão dar lugar a restaurantes e pelo menos quatro praças interiores.

O passeio ribeirinho vai ser alargado para permitir a circulação rodoviária em ambos os sentidos, ainda que condicionada. Numa sala com vista para o Tejo e para o há muito abandonado cais do Ginjal, a vereadora do Planeamento, Amélia Pardal, espera que se possa "olhar lá para baixo e ver outra coisa".

Para já, a Câmara de Almada não avança custos ou datas de execução, mas o arquitecto que desenhou o plano, Samuel Torres de Carvalho, disse que o documento deverá ser aprovado no início de 2012. Depois da fase de discussão pública, poderá arrancar dois anos mais tarde.

Ao todo, a área a intervencionar tem 84.430 metros quadrados, o equivalente a 12 campos de futebol. O Cais do Ginjal é uma zona com vista privilegiada para Lisboa, mas enfrenta o fantasma da degradação há décadas. Praticamente encostadas aos estaleiros navais da Lisnave, funcionavam no Ginjal indústrias ligadas às pescas, como a Companhia Portuguesa de Pescas. Entre os séculos XVIII e XX existiu ali também uma zona habitacional, recreativa e cultural, mas hoje é um espaço em ruína.

O objectivo do plano de pormenor é manter vivas as actuais linhas arquitectónicas do espaço histórico de Almada e atrair pessoas que vivam e trabalhem no Ginjal. Para isso, estão previstos incentivos para que ali se estabeleçam indústrias criativas, restauração e outras actividades mais ligadas ao turismo. Numa outra zona, prevêem-se complexos de habitação.

"Queremos manter a população idosa mas também trazer população jovem. E a questão do parque escolar vai ter de ser muito bem ponderada no plano do Almaraz, tendo em conta o aumento de população que estes planos vão trazer àqueles territórios", disse a presidente da câmara, Maria Emília Sousa. Almaraz é a zona do próximo plano de pormenor e que faz fronteira, a sul, com o Ginjal.

No Ginjal, a grande fatia dos terrenos é património privado. O principal proprietário é o grupo madeirense Avelino Farinha e Agrela, que detém 80 por cento dos terrenos. Conseguir consenso entre os proprietários tem sido o principal motivo de atraso do plano do Ginjal, segundo a autarquia. Mas essa situação mudou: "Temos um grande clarão ao fundo do túnel, e isso é o melhor que podemos dizer", afirmou a autarca de Almada. Ainda não se sabe quem vai pagar as obras.

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