Paul Reynolds, que faz a cobertura de assuntos internacionais para a BBC, discordou do facto de os blogues terem sido colocados numa lista de "fontes que fornecem notícias e informação" na pergunta feita aos inquiridos pela GlobeScan, lado a lado com os meios de comunicação social tradicionais. E a pergunta era a seguinte: "Quanto é que diria que confia nas seguintes meios de comunicação para fornecerem notícias e informação que deseja sobre os assuntos do dia-a-dia?" Para Reynolds os blogues não existem para fornecer às pessoas "notícias e informação" sobre os assuntos do dia-a-dia. Os blogues, defende, "existem para agitar, questionar, trocar informação, fornecer opiniões, e em geral para actuarem como forças de guerrilha contra os media tradicionais". A pergunta ideal teria sido, portanto, "Lê blogues? Se sim, como é que utiliza a informação aí recolhida?"
A sondagem da GlobeScan mostra que uma média de 61 por cento dos inquiridos confia nos meios de comunicação social, enquanto "apenas" 52 por cento acredita naquilo que os seus governos dizem. O estudo também revela que 72 por cento dos inquiridos seguem atentamente as notícias todos os dias, principalmente através da televisão nacional (82 por cento) e nos jornais nacionais ou regionais (75 por cento), que são os meios em que mais confiam. No geral, os níveis de confiança nos meios de comunicação social subiram nos últimos quatro anos, mais nos países em vias de desenvolvimento (Nigéria, Indonésia, Índia ou Egipto) e menos nos países com democracias sólidas onde os políticos ainda ganham aos jornalistas no que toca aos níveis de confiança (EUA, Grã-Bretanha e Alemanha). A sondagem também revela a dificuldade em manter os níveis de confiança actuais, já que 28 por cento dos inquiridos disseram ter parado de utilizar uma fonte de informação nos últimos 12 meses, porque tinham deixado de confiar no seu conteúdo.
Olhando apenas para a faixa etária dos 18 aos 24 anos, nos resultados da sondagem da GlobeScan, é possível concluir que os jovens estão a afastar-se dos meios tradicionais de comunicação social, incluindo a televisão - tidos como irrelevantes para as suas vidas - e a virar-se para fontes alternativas de recolha de informação. Um em cada cinco dos inquiridos com idades entre os 18 e os 24 referiram fontes on-line como a sua primeira escolha para recolher notícias. Neste mesmo grupo etário, 71 por cento dos inquiridos afirmaram que valorizam a oportunidade de poderem aceder às notícias através da Internet e das tecnologias wireless (MP3, PDA e telemóveis).