Adolescentes de escola do Porto ouvem, em palavras e música, a mesma mensagem: mulheres e homens têm direitos iguais

A intenção era o debate, mas funcionou mais como uma palestra. A Escola EB 2,3 Augusto Gil organizou ontem, em conjunto com o Projecto Geração i, uma reunião para permitir que os alunos esclarecessem as suas dúvidas em relação à igualdade de direitos e oportunidades e a violência familiar.Para responder a estas questões estiveram presentes Jorge Lacão, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Elza Pais, presidente da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, e ainda Teresa Rosmaninho, directora técnica do Geração i. O projecto, que colabora actualmente com 34 escolas dos distritos de Aveiro, Porto e Braga, procura sensibilizar cerca de nove mil alunos para a igualdade de oportunidades entre ambos os sexos e para o flagelo da violência doméstica.
As perguntas não chegaram a aparecer, mas nem por isso o assunto ficou por falar. Para começar, o hino do Geração i (i de igualdade de oportunidades e de direitos). Tiago, João e Bruno compuseram e interpretam o tema com o mesmo nome do projecto. Porque os objectivos são os mesmos: "tomar uma atitude" e "chamar a atenção" para as questões da igualdade e da violência familiar. E porquê a música? Bruno explica: "Através do ritmo é capaz de ser mais perceptível a mensagem." E porque esta é uma geração que, diz João, "corre por modas", que ritmo senão o hip-hop para embalar opiniões?
E, afinal, o que é isto da igualdade? Andreia, 14 anos, dispara que é homens e mulheres "terem os mesmo direitos" e a amiga, Cristiana, da mesma idade, completa: "E os mesmos deveres." As adolescentes acreditam que este tipo de iniciativas é essencial para mudar mentalidades, porque faz com que as pessoas tentem saber mais sobre este assunto.
No fim, Tiago, João e Bruno voltam, cantam "a actualidade é um desafio para a mentalidade" e vão ao encontro do que Jorge Lacão disse minutos antes: "As ideias novas e as ideias velhas não têm necessariamente que ver com a idade que temos."