Desgaste de cabo terá originado queda de slide que provocou morte de jovem na Serra do Pilar

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Caso da morte da jovem no quartel da Serra do Pilar vai agora para a PJM JOAO GUILHERME

Exército já concluiu inquérito que efectuou ao caso da morte de uma rapariga de 18 anos que participava no Dia da Defesa Nacional

O "efeito de fadiga", provocado pelo uso repetido do cabo de aço, terá sido a causa da sua ruptura durante um exercício de slide que provocou a morte de uma jovem de 18 anos, que participava nas actividades do Dia da Defesa Nacional (DDN) no dia 20 de Maio, no quartel da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia. Ontem, o Exército anunciou a conclusão do processo de averiguações à morte da jovem, mas recusou-se a adiantar as suas conclusões.

O PÚBLICO apurou junto de fonte militar que o problema terá estado no próprio cabo de aço, que partiu junto a uma extremidade, e não na sua montagem, como chegou a ser equacionado. Não foi possível saber se tinha havido alguma vistoria recente ao cabo, cuja ruptura fez a estudante da Faculdade de Direito da Universidade do Porto cair de uma altura de vários metros. O processo de averiguações, que faz um levantamento dos factos e identifica os militares envolvidos na montagem e funcionamento do slide, vai ser agora enviado para a Polícia Judiciária Militar, que está a investigar o caso.

"O relatório também vai ser analisado pelo nosso gabinete jurídico que poderá abrir processos disciplinares se identificar indícios desse tipo de responsabilidade", adiantou ao PÚBLICO o porta-voz do Exército, tenente-coronel Jorge Pedro. O Exército precisou ontem, através de um comunicado, que o processo de averiguações "incluiu uma investigação de segurança e perícias técnicas aos equipamentos que estiveram na origem do acidente, tendo sido possível recolher dados sobre o modo como o mesmo aconteceu, assim como identificar os intervenientes nesta actividade".

Decorre ainda um inquérito-crime no Ministério Público de Vila Nova de Gaia, um procedimento habitual em casos de morte violenta, garantindo o Exército, na nota, que tem "prestado toda a informação e colaboração que lhe tem sido solicitada".

A comparência de todos os cidadãos portugueses que cumpram 18 anos de idade no DDN, que "visa sensibilizar os jovens para a temática da defesa nacional e divulgar o papel das Forças Armadas", é "um dever militar obrigatório", porém, as actividades propostas nos vários locais são facultativas. Este ano, pela primeira vez, as mulheres também foram obrigadas a participar neste dia. As faltas não justificadas são punidas com uma multa que pode ir de 249 euros aos 1247 euros.

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