Tiroteio junto a mesquita faz 12 mortos no Paquistão

a Confrontos armados entre estudantes de religião e forças de segurança paquistanesas em Islamabad resultaram ontem em pelo menos 12 mortos e cerca de 140 feridos, segundo números da polícia e dos hospitais.Ao início da noite, o Governo decidiu lançar uma operação contra a Mesquita Vermelha, onde se situam as madrassas (escolas religiosas) dos jovens envolvidos nos combates. Depois de uma reunião de três horas entre o Presidente, Pervez Musharraf, e vários responsáveis de segurança, "o Exército está em estado de alerta e serão a polícia e as forças paramilitares a dirigir a operação", disse um militar não identificado à AFP.
A decisão seguiu-se a várias horas de impasse, que valeram duras críticas a Musharraf. A demora deveu-se em parte a ameaças de retaliações suicidas pelos estudantes. "Matem-nos. Não vamos desistir da nossa luta pela sharia (lei) islâmica", disse uma das estudantes barricadas em entrevista telefónica à Reuters.
Zafar Warraich, ministro da Administração Interna, respondeu durante a tarde que "o Governo quer resolver este problema pela via do diálogo".
O confronto inicial opôs entre um grupo de jovens estudantes da madrassa feminina da mesquita de Islamabad a forças paramilitares do Governo, que estavam a montar uma vedação de arame farpado perto do complexo. Estudantes do sexo masculino juntaram-se pouco depois.
O Governo considera a mesquita como um dos principais centros de extremismo islâmico do país e os incidentes têm vindo a repetir-se nos últimos meses.
Os agentes responderam lançando gás lacrimogéneo contra os estudantes e ferindo vários. Os manifestantes refugiaram-se na mesquita e a troca de tiros resultou em mortos e feridos de ambos os lados. Parte da população saiu à rua, em apoio aos estudantes e contra as forças policiais.
Segundo analistas citados pelo jornal Asia Times, este avanço contra a mesquita é um primeiro passo contra os membros da Al-Qaeda no país. Washington tem pressionado Musharraf, e agora que tem o apoio tácito de Fazlur Rahman, o seu principal oponente parlamentar, o Presidente está a tentar marcar uma posição clara.

Sugerir correcção