a A União Europeia (UE) assumiu ontem um gesto conciliador face à Sérvia ao anunciar que as negociações de aproximação mútuas que foram interrompidas há um ano serão retomadas na próxima quarta-feira, 13 de Junho.A decisão, anunciada pela Comissão Europeia, resulta da cooperação demonstrada por Belgrado com o Tribunal Penal Internacional das Nações Unidas para os crimes da ex-Jugoslávia - TPIJ - através da prisão e envio para Haia de Zdravko Tolimir, um dos generais acusados de genocício pelo massacre de Srebrenica de 1995.
"O presidente da Comissão, José Manuel Barroso, convidou hoje a Sérvia a retomar a 13 de Junho as negociações para um acordo de estabilização e associação", afirmou o executivo europeu em comunicado, suscitando reacções de apreço em Belgrado.
Estas negociações, a primeira etapa do processo de adesão à UE, foram interrompidas em Maio do ano passado pelos governos europeus com base nos relatórios do TPIJ de falta de cooperação dos responsáveis nacionais na prisão de Ratko Mladic, o chefe militar dos sérvios da Bósnia que é acusado de genocídio durante a guerra da Bósnia.
Mesmo se os Vinte e Sete continuam a exigir a captura de Mladic, bem como do seu aliado Radovan Karadzic, o líder dos sérvios-bósnios objecto da mesma acusação, a prisão de Tolomir é encarada como uma prova concreta da cooperação de Belgrado com o TPIJ. O veredicto positivo ontem emitido nesse sentido por Carla del Ponte, a procuradora-geral do TPIJ, apenas confortou a vontade da UE de reatar os laços com Belgrado, sobretudo desde a formação, há um mês, do novo Governo pró-europeu de Vojislav Kostunica.
A abertura dos europeus tem igualmente a ver com a vontade de estender a mão a Belgrado numa altura em que o governo terá de gerir a difícil e politicamente sensível separação do Kosovo, província sérvia de maioria albanesa, cuja "independência vigiada" proposta pelo mediador das Nações Unidas é apoiada pela UE.
Durão Barroso convidou a Sérvia a retomar a 13 de Junho as negociações para um acordo de estabilização e associação