Metro do Porto aumenta receitas e reduz défice operacional

Transportadora pública teve resultado operacional negativo de meio milhão de euros, apesar de uma subida de 15% nas receitas

A Metro do Porto fechou o primeiro trimestre deste ano com um resultado operacional negativo de 470 mil euros. Ainda assim, este défice significou uma melhoria de 77% face às perdas de cerca de dois milhões de euros registadas entre Janeiro e Março de 2011. As receitas da transportadora pública subiram 15%, passando de 8,4 para 9,6 milhões, à custa das actualizações de preços efectuadas já este ano.

Foi sobretudo este factor que possibilitou um aumento da facturação, já que, do lado da procura, o trimestre foi de queda, embora muito ligeira. Desde o início de 2012, o tráfego na rede da Metro do Porto recuou 0,78%, descendo de 14,4 para 14,3 milhões de passageiros. Foi em Janeiro que se registou a maior descida, que chegou a 3%. Já em Março, o recuo foi de 2,52%, mas este dado é influenciado pela greve geral que ocorreu no dia 22 desse mês.

Em termos de custos operacionais, a empresa conseguiu alcançar uma redução de 2,6% nos primeiros três meses do ano, comprimindo as despesas em 275 mil euros. No total, os gastos atingiram 10,1 milhões de euros. A estrutura de pessoal manteve-se praticamente intacta, registando-se apenas a saída de dois trabalhadores, o que fez com que a empresa encerrasse o primeiro trimestre com 91 funcionários.

O presidente da Metro do Porto afirma que o primeiro trimestre do ano foi "muito positivo", uma vez que "a quebra da procura é bem menor do que a verificada na generalidade dos operadores de transporte público". Para Ricardo Fonseca, estas reduções que se têm verificado no tráfego não são tanto uma consequência do aumento tarifário introduzido em Fevereiro, "mas sobretudo uma diminuição que decorre da situação de crise e do aumento do desemprego", referiu.

"O metro do Porto faz, este ano, dez anos de operação. E nunca, nestes dez anos, vivemos uma situação recessiva tão forte como esta. As consequências da crise na procura do transporte público eram esperadas e são inevitáveis", admitiu. Além disso, o presidente da empresa salientou a importância das medidas de redução de custos que estão em curso e que permitiram já uma diminuição de 30% nas despesas de 2011, face aos gastos incorridos em 2009.

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