Liberalização de voos para a Madeira permite entrada da low cost EasyJet

a Os voos entre o continente e a Madeira vão deixar de estar sujeitos a obrigações de serviço público, ao mesmo tempo que os passageiros residentes no arquipélago passam a receber directamente o subsídio de voo, pelo que o Estado deixa de pagar essas indemnizações compensatórias às companhias aéreas.O novo modelo foi apresentado ontem pelo secretário de Estado adjunto das Obras Públicas e Comunicações, Paulo Campos, às três companhias aéreas que operam entre o Continente e a região madeirense (TAP, SATA e Portugália), e deverá incluir um subsídio fixo de 60 euros por bilhete de ida e volta a ser pago aos residentes na ilha. Este é o valor que irá para aprovação em Conselho de Ministros, prevendo-se que o novo sistema entre em vigor dentro de dois meses, afirmou o responsável pela Secretaria de Estado das Obras Públicas e Comunicações, no final da reunião.
O objectivo destas alterações, defendeu, é aumentar o fluxo de passageiros para o arquipélago em dez por cento este ano, face à diminuição que se tem verificado no passado recente: entre 2004 e 2006, o tráfego de passageiros sofreu uma quebra de 13 por cento no aeroporto do Funchal (para 2,360 milhões) e uma descida de nove por cento no que respeita à ilha de Porto Santo (153.052).
Neste momento, o Estado paga às companhias aéreas 40 por cento do valor dos bilhetes dos residentes (cerca de 118 euros por bilhete de ida e volta), o que totaliza 15 a 20 milhões de euros por ano. Só a TAP, que representa 90 por cento deste mercado, recebeu 11,4 milhões de euros de indemnizações compensatórias relativas a 2005. A companhia vê, todavia, com bons olhos a liberalização dos voos, indicou ao PÚBLICO o porta-voz, António Monteiro, já que esta é uma medida "há muito tempo defendida".
EasyJet vooa para o Funchal
Ainda ontem, o secretário de Estado reuniu-se com representantes da low cost EasyJet, juntamente com o homólogo para a área do turismo, Bernardo Trindade, para negociar com esta transportadora o início de operações para o Funchal. Em causa estará uma ligação aérea regular entre Lisboa e a capital madeirense - mas também a partir de outras cidades europeias - a ter início entre o último trimestre deste ano e o início de 2008, indicou Bernardo Trindade.
No entanto, será necessário ainda "ultrapassar alguns problemas operacionais", admite Paulo Campos: os pilotos que voam para o Funchal são obrigados a ter formação própria, devido ao regime de ventos cruzados no aeroporto.
Paulo Campos defende que as alterações efectuadas têm como objectivo aumentar o fluxo de passageiros para a Madeira

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