Altri prevê investir 55 milhões na fábrica da Celtejo

Investimento de 320 milhões de euros no aumento da capacidade de produção da Celbi foi ontem formalizado com o Estado

Colocar-se no mesmo nível do Brasil e da Indonésia. É este o objectivo da Celbi para 2009: conseguir custos de produção que a colocam entre as mais competitivas do mundo. Para esse fim, foi ontem assinado o contrato de investimento entre o Governo e a empresa para aumentar a capacidade de produção da fábrica de pasta na Leirosa (Figueira da Foz). Seguem-se investimentos na Celtejo, na ordem dos 55 milhões de euros.Com um investimento previsto de 320 milhões de euros, dos quais 60 milhões serão subsidiados pelo Estado, a Celbi vai aumentar a sua produção das actuais 300 milhões de toneladas para 550 milhões de toneladas, um projecto a concluir no primeiro semestre de 2009.
Como "haverá uma redução de custos fixos - 25 euros por tonelada - porque não se irá contratar novos trabalhadores", segundo disse João Borges de Oliveira, administrador da Altri (grupo onde se insere a Celbi), esperam colocar-se entre os três primeiros mais competitivos.
A Europa, com destaque para a Polónia, é o principal destino para onde a Celbi pretende exportar. Além de ser um mercado em expansão, está a ser libertado por indústrias concorrentes, como as brasileiras, que se estão a virar para a China. Dada a proximidade, Portugal fica com maior espaço de manobra para direccionar a sua estratégia para os clientes europeus.
Apesar do aumento da capacidade de produção da unidade da Leirosa, os responsáveis da Altri estão confiantes na capacidade de resposta da produção florestal nacional. "A produtividade tem vindo a aumentar", explica Borges de Oliveira. As melhorias feitas nas suas propriedades ao nível das plantas e da gestão dos povoamentos, experiência que têm tentado passar para os produtores a quem compram matéria-prima, explicará essa maior rentabilidade da floresta. Nos próximos 15 a 20 anos esperam uma aumento de produtividade na ordem dos 20 por cento.
A empresa tem propriedades que lhe garantem 50 por cento do abastecimento, comprando o restante a outros produtores florestais. Além de estarem a arrendar mais terras, contam ainda com madeira vinda da Galiza, que devido aos fogos do ano passado deverá começar a chegar em grandes quantidades.

Confiança quanto à chegada de ajudas de BruxelasPaulo Fernandes, director executivo da Altri, está confiante na aprovação, por Bruxelas, do subsídio atribuído pelo Estado português, tanto que vai já dar início às contratualizações.
Não espera, por isso, ter de aguardar meses para avançar, como está a acontecer com os investimentos da Portucel. Manuel Pinho, ministro da Economia, anunciou, no entanto, que para semana deverá decorrer uma das últimas reuniões com a Comissão Europeia para desbloquear a situação da concorrente da Altri.
Além dos investimentos previstos para a Celbi, a Altri está a preparar um contrato com a Agência Portuguesa de Investimento para a fábrica da Celtejo. Pretendem aumentar a capacidade de produção de 140 mil para 195 mil toneladas, investindo 55 milhões de euros.
Juntando a produção da Silvicaima aos aumentos previstos para a Celbi e Celtejo, o grupo Altri poderá estar, em 2009, a vender 860 mil toneladas de pasta.

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