Na visita às obras, o presidente portista diz já ter a próxima temporada preparada com o treinador Jesualdo Ferreira

a Ricardo Quaresma poderá sair do FC Porto porque o seu contrato possui uma cláusula de rescisão no valor de 40 milhões de euros e não porque o clube está interessado na sua venda, esclareceu ontem Pinto da Costa, durante a apresentação das obras no histórico campo da Constituição, situado no Porto. "Se for 39 milhões, vírgula novecentos e noventa e nove pode ser que eu ponha o euro que falta", acrescentou o presidente por-tista sobre a possibilidade de o jogador poder ser transferido por um valor inferior.
Pinto da Costa garantiu ainda não estar preocupado com os processos de renovação de Paulo Assunção e Tarik. Primeiro, porque isso está a ser tratado pela sua administração, e depois porque eles ainda possuem contrato para a próxima época. "A nossa intenção é que renovem, mas não estamos com pressa." Explicou ainda já estar a preparar com Jesualdo Ferreira não só a temporada 2008-09, mas também a seguinte. "Está tudo a ser tratado há muito tempo e não por termos 16 pontos de avanço no campeonato. Não trabalhamos em cima do joelho", referiu, escusando-se, no entanto, a revelar a lista de jogadores que irão fazer parte do próximo plantel. "Tenho conversado com o treinador e temos as ideias formadas, mas não vou referi-las com o campeonato a decorrer e com os vários jogadores envolvidos na luta pelos objectivos dos clubes onde estão."
Reconhecendo que o futebol por-
tuguês não pode ter a força e a expressão de ligas como a inglesa, Pinto da Costa discordou dos que consideram o campeonato nacional desequilibrado. Sendo "evidente que o FC Porto tem sido o melhor", deu como exemplos de competitividade as dificuldades que o Leixões colocou à equipa portista na última jornada e o jogo que viu em Paços de Ferreira com o Setúbal. Nesse sentido, salientou a necessidade de o FC Porto continuar a tentar fazer o melhor mesmo depois de se sagrar matematicamente campeão, até porque os jogos em que vai participar "podem ter influência na classificação de terceiros".
Questão ladeada por Pinto da Costa foi a possibilidade de Bruno Alves vir a ser castigado pela Comissão Dis-
ciplinar da Liga de Clubes, em resultado da agressão ao leixonense Jorge Gonçalves: "Há 15 dias fiquei foi à espera de um sumaríssimo para o Cardozo [episódio com Tonel em Alvalade]. Como não houve, agora não espero nada..."
Constituição em Julho
O presidente portista esteve no campo da Constituição acompanhado não só da sua administração e restantes principais colaboradores, mas também do técnico Jesualdo Ferreira e de vários ex-jogadores, entre os quais Vítor Baía, Capucho, Paulinho Santos, Semedo, João Pinto e André. A ideia foi reforçar a importância histórica daquelas instalações desportivas. "For-
mámos aqui grandes jogadores, ver-
dadeiras glórias", disse Pinto da Cos-
ta, dando como exemplos os casos de Semedo e Baía, que confirmou ter sido convidado a renovar o contrato quando era suplente dos juvenis. "Mas joguei num dia em que o presidente veio cá e ele deu ordens nesse sentido."
As obras vão decorrer até 31 de Julho, são da responsabilidade da Somague e estão orçadas em três milhões de euros. Incluem a construção de um campo de relva sintética para futebol de 11, um campo de relva sintético coberto de futebol de sete, uma loja e um café/bar, balneários e um edifício administrativo.
Aquele espaço será a base do projecto Dragon Force, uma iniciativa pioneira em Portugal de entretenimento dos jovens, designadamente através de escolas de futebol, campos de férias, road shows e clinics. Terá também o intuito de fomentar a prospecção de talentos e de potencialização da marca FC Porto. Ao todo, envolverá mais de dez mil pessoas.
40

milhões é o valor da cláusula de rescisão incluída no contrato de Quaresma. O FC Porto não está interessado em vender o jogador e só o deixa sair por esta quantia menos um euro, diz Pinto da Costa