Peças para todos os gostos na Bienal de Antiguidades

A Associação Portuguesa de Antiquários promove, de hoje até 16 de Abril, a sua sexta bienal na Cordoaria Nacional, em Lisboa. Tem jóias e peças únicas

Um pendente de cristal de rocha é a jóia mais valiosa da VI Bienal de Antiguidades da Associação Portuguesa de Antiquários (APA), que esta tarde, pelas 19h30, é inaugurada na Cordoaria Nacional, em Lisboa - a feira abre ao público apenas amanhã, às 18h00. Está avaliado em 100 mil euros e, diz Pedro Aguiar Branco, "insere-se na colecção de peças de produção europeia dos séculos XVI ao XIX, com incidência especial nas jóias portuguesas", que este antiquário apresenta na exposição. Feito no Ceilão ou em Goa, por encomenda portuguesa, o pendente, de forma oval e ornamentado com ouro, rubis e safiras, data de finais do séc. XVI e traduz a influência dos joalheiros ibéricos no Oriente. Segundo, Manuel Leitão, presidente da APA, esta não é a peça mais cara da feira. Muitos antiquários, diz, preferem manter os preços de venda em segredo, sobretudo para salvaguardar os interesses dos clientes. "Há pessoas que têm pudor e não gostam de alardear o que têm. Hoje em dia, com roubos cada vez mais frequentes, preferem ficar no anonimato por uma questão de segurança", explica, adiantando que há peças desde os 200 até às centenas de milhares de euros.
O stand de Frederico Horta e Costa apresenta uma pintura a óleo sobre tela do inglês John Thomas Serres (1759-1825), intitulada Estuário do Tejo com a Torre de Belém. Este quadro, de grandes dimensões, esteve na inauguração do British Institute, em Londres, em 1806, e pode tornar-se uma das grandes atracções na Cordoaria Nacional - Serres foi pintor de marinhas do Rei Jorge III de Inglaterra.
A figura de convite Alabardeiro, representada num painel de azulejos do séc. XVIII, é "a menina dos olhos" do stand Solar. Manuel Leitão, responsável por este antiquário, refere a importância e raridade da peça, "cobiçada em todos os cantos do mundo por ser um tipo de arte exclusivamente portuguesa". Estes painéis eram colocados à entrada dos palácios para darem as boas-vindas aos visitantes. "Além disso, pertenceu à colecção particular de Rudolf Nureyev", diz o presidente da APA.
Com um orçamento reduzido em relação à última edição, a organização foi obrigada a aumentar o custo de aluguer dos stands, o que originou a desistência de alguns antiquários, reduzindo para 36 o número de expositores. Manuel Leitão diz que "numa altura em que o mercado não está em euforia, os preços das peças não são astronómicos, o que faz com que as pessoas que as têm não sintam vontade de as vender e, por isso, guardam-nas para outra altura em que possam ter uma mais-valia suplementar."

VI Bienal de Antiguidades da Associação Portuguesa de Antiquários
LISBOA Cordoaria Nacional. Tel.: 213474571. Dias úteis das 18h às 24h, fins-de-semana das 16h às 24h. Bilhetes: 7,50 (simples com catálogo), 11 euros (duplo com catálogo). Até 16 de Abril.

Sugerir correcção