Soldado americano perde processo contra o realizador Michael Moore

Juiz evocou
a Primeira Emenda para recusar queixa

Um juiz norte-americano recusou uma queixa de um soldado da guerra no Iraque que alegou que uma entrevista televisiva foi usada por Michael Moore no filme Fahrenheit 9/11 sem o seu consentimento, noticiou ontem a BBC on-line. O sargento Peter Damon, 34 anos, que perdeu os dois braços no Iraque, achou que a forma como Michael Moore usou a entrevista dada à NBC no programa Nightly News o fazia parecer contra a guerra e contra o Presidente George W. Bush. Mas o juiz Douglas Woodlock considerou que o realizador não difamava o sargento, que se queixava de ter "perdido a reputação, de stress emocional, constrangimento e humilhação".
No filme, Peter Damon aparece a queixar-se das suas dores e segue-se um excerto em que o congressista americano Jim McDermott diz que a administração Bush está "a abandonar todos os veteranos". O advogado do realizador, Jonathan Albano, defendeu que o sargento ocupa apenas 16 segundos num filme com duas horas e dez minutos e que as citações não foram manipuladas para o fazer parecer anti-guerra. O juiz evocou a Primeira Emenda da Constituição Americana dizendo que atribuía ao realizador uma grande margem de manobra para expressar a sua opinião política.

Sugerir correcção