I Festival Internacional de BD começa hoje em Beja

Onze exposições individuais, duas colectivas, feira
do livro e um
programa de edições, debates e espectáculos até 28 de Abril

A primeira edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja é inaugurada esta tarde naquela cidade alentejana com uma mão-cheia de exposições de autores portugueses e estrangeiros. Está confirmada a presença de Alain Corbel (França), David Rubín (Galiza), José Abrantes, José Carlos Fernandes, Miguel Rocha, Pedro Cavalheiro e Pedro Leitão (todos portugueses). Além das exposições consagradas ao percurso individual destes criadores, o festival apresenta também originais de Diniz Conefrey e Ricardo Ferrand, do espanhol Fritz e da dupla argentina Muñoz-Sampayo. As duas mostras colectivas dizem respeito ao trabalho desenvolvido pelos autores Toupeira - Atelier de Banda Desenhada (exposição Há Movimento Debaixo da Terra) e à Tertúlia BDzine. Ocupando integralmente os espaços da Casa da Cultura de Beja, o festival é uma iniciativa da câmara local destinada "a criar um enquadramento para os autores Toupeira e simultaneamente mostrar à população novas tendências e criações diferentes da BD que se faz hoje", explica Paulo Monteiro, director do festival: "É uma manifestação ecléctica onde podem ser vistas obras de autores com propostas muito diferentes, dirigidas a públicos com interesses distintos." Impulsionado para dar maior visibilidade pública à abertura da Bedeteca de Beja, que também é inaugurada hoje, o festival vem colmatar uma lacuna que existia na Região Sul do país em termos de iniciativas no campo dos quadradinhos.
Um diversificado programa de debates, concertos, oficinas e visitas guiadas será realizado durante o festival, que decorre até 28 de Abril. Os lançamentos editoriais foram todos concentrados neste primeiro fim-de-semana: o livro Cloudburst, de Jimmy Palmiotti e Justin Gray (Devir), o BDjornal e o BDpress (Pedranocharco) e o álbum Bófias, de Véte (colecção Toupeira). Serão ainda apresentados o Splaft! Caderno Informativo da Bedeteca de Beja e a revista Venham + 5. Estas duas últimas publicações são da responsabilidade editorial da Bedeteca de Beja, que publica igualmente os fanzines Submarino e Estaminé no âmbito dos seus ateliers de Verão.
"A ideia [da bedeteca] surgiu primeiro a partir da experiência, desde há um ano atrás, e com algum sucesso e notoriedade, do atelier Toupeira na Casa da Cultura", afirma Paulo Monteiro, que é também responsável pela bedeteca. Dispondo de um acervo constituído por várias centenas de álbuns de BD, revistas e fanzines, esta estrutura pretende ser "um espaço dinâmico de intervenção junto dos autores, e que ofereça ao mesmo tempo um leque variado de obras à população", explica o mesmo interlocutor.
Além dos livros, a Bedeteca possui um arquivo de originais, maioritariamente composto por obras de autores do Sul de Portugal, tanto no âmbito da banda desenhada como da ilustração e cartoon. Dispõe ainda de um espaço Internet, uma galeria de exposições temporárias e auditório.

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