Lince-ibérico corre menos risco de extinção: já há mais de 2000 em Portugal e Espanha

População de lince-ibérico continua em expansão em Portugal e Espanha. Instituto da Conservação da Natureza diz que tendência permite optimismo em relação à diminuição do risco de extinção da espécie.

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População alcançou os 2021 indivíduos em 2023, incluindo 722 crias nascidas no ano passado Jose Angel Cortes7GettyImages
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Libertaçao do casal de linces realizada em 2022 na serra de Alcoutim Daniel Rocha
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A população de linces-ibéricos na península continua a aumentar: o censo total em Portugal e Espanha alcançou os 2021 indivíduos em 2023, incluindo 722 crias nascidas no ano passado. Em 2022, o valor registado foi de 1668. Em apenas três anos, a população ibérica da espécie Lynx pardinus duplicou, refere um comunicado do Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

“A população de lince-ibérico continua em expansão, tanto numérica como territorialmente. Já são 14 as áreas geográficas distintas onde a espécie se reproduz. A tendência da população é positiva e assim prossegue desde 2015, o que permite mantermo-nos optimistas devido à diminuição do risco de extinção do lince-ibérico que daí decorre”, afirma um comunicado do ICNF.

O lince-ibérico chegou a ser considerado criticamente ameaçado no início deste século. Em 2002, em Andaluzia, havia apenas cerca de cem exemplares desta espécie. Num período aproximado de 20 anos, a população passou de menos de 100 exemplares contabilizados em 2002 a mais de 2000 em 2023”, acrescenta a nota.

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Um relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho do Lince-Ibérico detalha que os 2021 linces recenseados estão sobretudo em território espanhol (1730, o que representa 85,6%). Apenas 291 indivíduos estão em Portugal, incluindo 53 fêmeas reprodutoras e 100 filhotes. A equipa coordena este tema no âmbito do Ministério para a Transição Ecológica e o Desafio Demográfico (Miteco) e é composta por representantes das comunidades autónomas espanholas e pelo ICNF.

O documento também sublinha o reforço da expansão territorial do lince em 2023, “alcançando um total de 14 núcleos com reprodução confirmada” e novas áreas de “presença estável” na Região de Múrcia e nas províncias de Albacete, Badajoz, Toledo e Ciudad Real, em Espanha, e na região do Algarve – nomeadamente no vale do Guadiana –, em Portugal, refere uma nota de imprensa do ICNF.

A reprodução em cativeiro permitiu ainda a libertação de 372 linces nascidos em cativeiro desde 2011 até 2023, em áreas de reintrodução aprovadas pelo Grupo de Trabalho, adianta a mesma nota.

Relativamente à mortalidade, em 2023 foi registada a morte de 189 indivíduos, sendo uma das causas mais expressivas os atropelamentos, afectando 7% da população total.

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