O laboratório da Reparação
O esquecimento português significa recalcamento e negação. É o lado obscuro, o teatro de sombras alojado na hipertrofia da memória dos feitos heróicos e gloriosos das “Descobertas”.
E de repente, graças a um impulso inesperado do Presidente da República, talvez movido pela exigência bíblica da rememoração, a Reparação do mal feito aos africanos pelo colonialismo português foi introduzido no espaço público e fez soar alertas e acusações de irresponsabilidade. Escrevi a palavra “Reparação” com maiúscula porque ela, no sentido em que é aqui utilizada, se tornou um nome próprio, uma instituição da “política da memória” no nosso tempo pós-colonial. O Presidente foi buscar a palavra a um léxico de conceitos fixados e de uso universal.
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