Porque fazem isto?

Estamos a recolher alguma da juventude que felizmente plantámos, quando se decidiu ensinar nas escolas os direitos humanos, falar de ecologia, de liberdade e igualdade.

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Era só mais uma daquelas reuniões tardias na associação. Aqueles a que eu chamava “sages”, os sábios, dissertavam sobre o porquê de nas suas idades, em que já podiam somente saborear a reforma e preocupar-se com os netos, ainda andarem naquelas andanças. Um dos sages diz: “Sabes, Luísa, é porque isto não é o que fazemos, isto é o que nós somos.” Nunca esqueci esta frase e pensei que deveria ter sido assim mais poética quando, anos antes, numa reunião num sábado de manhã para outra associação, um homem de fato, gravata e papéis, que se propunha ser nosso parceiro financeiro, nos pergunta se somos pagos para ali estar. Quando respondo que “não”, pergunta-nos, surpreso, porquê? “Porque fazem isto?”. “Batemos com a cabeça em algum lado e deu-nos para esta coisa”, respondi.

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