Mais de 60 detidos em novos protestos na Geórgia contra lei de agentes estrangeiros

Autoridades intervieram na manifestação quando esta assumiu “carácter violento”, disse o ministro do Interior georgiano. Segunda leitura da lei polémica foi esta quarta-feira aprovada no Parlamento.

Autoridades usaram canhões de água para dispersar manifestantes
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Autoridades usaram canhões de água para dispersar manifestantes Irakli Gedenidze / REUTERS
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Uma manifestante nos protestos desta terça-feira Irakli Gedenidze / REUTERS
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Uma pessoa segura a bandeira da União Europeia Irakli Gedenidze / REUTERS
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Autoridades usaram canhões de água para dispersar manifestantes Irakli Gedenidze / REUTERS
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Autoridades usaram canhões de água para dispersar manifestantes Irakli Gedenidze / REUTERS
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Pelo menos 63 pessoas foram detidas na noite desta terça-feira em Tbilissi, na Geórgia, em mais uma jornada de protestos contra a chamada “lei dos agentes estrangeiros”, que durou quase seis horas e em que ficaram feridos seis polícias. Já esta quarta-feira, a segunda leitura da lei foi aprovada no Parlamento da antiga república soviética.

“Os participantes no protesto atiraram vários objectos pesados, incluindo garrafas e pedras, contra os agentes”, disse o ministro do Interior da Geórgia, Alexandr Darajvelidze, em conferência de imprensa. De acordo com o governante, as forças de segurança tiveram de utilizar meios especiais para dispersar a manifestação quando esta assumiu um “carácter violento”.

Entre os feridos durante o protesto encontra-se também um dos líderes da oposição georgiana, Leván Jabeishveli.

De acordo com a polícia, Jabeishveli, que se encontra actualmente hospitalizado, tentou escapar a um cordão policial durante a manifestação e resistiu às forças de segurança.

Josep Borrel, o alto representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia, condenou, no X, a "violência contra os manifestantes na Geórgia".

Os opositores denunciam que a lei do Governo é uma cópia da legislação em vigor na Rússia, utilizada para silenciar os dissidentes.

A lei dos "agentes estrangeiros", que foi aprovado esta quarta-feira em segunda leitura com 83 votos a favor e 23 contra, dita que organizações não-governamentais e media que recebam mais de 20% de fundos de outros países têm de ser registados como "agentes de influência estrangeira" e reportar os seus rendimentos.

Na Rússia, foi aprovada em 2012 uma lei semelhante, que é vista pelos críticos como uma forma de censura. A banda de punk Pussy Riot e o opositor de Putin Alexey Navalny, que morreu em Fevereiro, são alguns exemplos de pessoas que foram incluídas na lista de “​agentes estrangeiros” da Rússia.

Os manifestantes tentaram, na terça-feira, bloquear o edifício do parlamento, fortemente vigiado pela polícia de choque, que utilizou gás lacrimogéneo para dispersar os opositores. Os manifestantes gritavam “Não à lei russa!” e “Geórgia!” enquanto atiravam ovos à polícia.

Os protestos na Geórgia contra a “lei de transparência da influência estrangeira”, que os deputados já tinham aprovado em primeira leitura, começaram há mais de duas semanas.

Ao mesmo tempo, os apoiantes do Governo reuniram na segunda-feira dezenas de milhares de pessoas na capital da Geórgia em apoio à política do executivo.

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