Um belo exemplar de uma categoria que veio para vencer

Cheira à terra batida das caves de vinho do Porto e à evaporação do generoso. É equilibrado, com excelente acidez e uma doçura ‘contida’. Elegante e uma boa compra, o Dalva Porto Tawny 50 Anos.

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O Dalva Porto Tawny 50 Anos chegou ao mercado em Novembro e reflecte a herança histórica da casa C. da Silva
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Um belíssimo exemplar de uma categoria recente, em que já existem para cima de 40 referências certificadas no mercado, e na verdade um dos melhores 50 Anos que já provámos. Os tawnies com esta indicação de idade não são só mais idade, como aqui já escrevemos, são muito mais do que só mais velhos, quando os comparamos aos 40 anos. Não sendo muito fácil de explicar, gostamos de pensar neles como a porta de entrada no maravilhoso mundo dos Portos velhos, históricos, riquíssimos em aromas e sabores, autênticos tesouros.

E, dentro de um patamar que não é para todas as bolsas, é certo, são vinhos acessíveis. Este Dalva Porto Tawny 50 Anos (0,75l) tem um preço de venda recomendado de 240 euros e poderia (e deveria) estar mais caro.

O seu perfume transporta-nos para a terra batida das caves históricas de vinho do Porto, onde convivem cascos de diferentes tamanhos e madeiras, algumas delas exóticas. O cheiro da quota que vai para os anjos — as perdas por evaporação. Os cheiros do vinho do Porto. Fruta seca, amêndoas torradas, um lado especiado e um quê de fumado surgem num blend de vários vinhos, envelhecidos por diferentes períodos de anos.

Na boca continua a surpreender, pela elegância, pela acidez viva e pelo equilíbrio entre essa frescura e a doçura — que é objectivamente mais contida do que em muitos 50 Anos, 129 gramas de açúcar/litro. Excelente acidez — em vez de vinagrinhos ou acetona, sentimos uma frescura cítrica. O conjunto gruda-se à boca e não quer ir embora, tal e qual o seu aroma se impregna no copo, cheiroso, mesmo quando se esvazia.

Muito bom, equilibrado e oferecendo uma prova sem altos e baixos. Daqueles Portos que seguramente ajudarão a elevar os tawnies a outro nível. O enólogo José Manuel Sousa Soares assina o lote, apenas possível porque a Dalva deu tempo ao tempo e tem stocks que lhe permitem fazer isto — isto e outras coisas, diga-se de passagem, como ter Portos brancos secos (dry white) de 10, 20, 30 e 40 anos!

Chegou ao mercado em Novembro e reflecte a herança histórica da casa C. da Silva, criada em 1933 por Clemente da Silva e cujo acervo integra hoje o grupo Granvinho. A marca Dalva foi registada em 1934, sendo o nome uma contracção de “da Silva”.

Nome Dalva Porto Tawny 50 Anos

Produtor

Castas Douro

Região Douro

Grau alcoólico 20%

Preço (euros) 240 (PVP recomendado)

Pontuação 97

Autor Ana Isabel Pereira

Notas de prova Cheira a cave de vinho do Porto, a um conjunto de madeiras exóticas e à evaporação do generoso. A fruta seca e a amêndoas torradas, com um lado especiado e um quê de fumado. Na boca é elegante, tem acidez viva e equilíbrio entre essa frescura e a doçura — 129 gramas de açúcar/litro. Excelente acidez e uma frescura cítrica. O conjunto gruda-se à boca e não quer ir embora, tal e qual o seu aroma se impregna no copo, mesmo quando este já está vazio.

Origem IG Duriense (D)

Tipo Porto

Designativo 50 Anos

Ano

Características Madeira

Harmonização Sobremesa/Doces

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