Portugal: uma democracia jovem que dá cartas a nível mundial

Robert Fishman, sociólogo e cientista político norte-americano, especialista em democracia, olha para Portugal como “um líder mundial no florescimento de uma cultura profundamente democrática e amplamente partilhada”.

A tese está aprofundada no livro Democratic Practice – Origins of the Iberian Divide in Political Inclusion (Oxford University Press), que acaba de ser publicado, onde o investigador compara a evolução das democracias portuguesa e espanhola.

Os dois países tiveram percursos semelhantes até aos anos 1970, mas saíram das respectivas ditaduras de forma “notavelmente” diferente. Em Portugal, a ditadura acabou com uma ruptura e em Espanha com um processo de reforma.

Esta diferença moldou a forma como hoje se encara a democracia dos dois lados da fronteira: é “inimaginável” encontrar em Espanha sinais da visão tolerante e inclusiva que os políticos portugueses têm da democracia. Em Espanha, diz o sociólogo, a tendência é para a exclusão.