O ABC dos Rankings das Escolas do PÚBLICO

Chegou a altura de analisar os novos rankings das escolas do Ensino Básico e Secundário. Mas como devemos interpretá-los? As escolas estão identificadas pelo nome e tipo de estabelecimento de ensino e pelo concelho a que pertencem.

No ranking do ensino básico são analisadas as provas do 9º ano de Português e Matemática. No do ensino secundário são contabilizados os 8 exames com mais alunos inscritos: três do 12º ano (Português, Matemática A e História A). E cinco do 11º ano. (Biologia e Geologia, Física e Química A, Geografia A, Filosofia e Matemática Aplicada às Ciências Sociais). São apenas contabilizados os exames feitos na 1ª fase, por alunos que frequentaram a escola o ano inteiro e pelos alunos autopropostos a exame mas que estiveram na escola praticamente todo o ano. No indicador Provas sabemos quantos exames foram feitos em cada escola. A Média indica o resultado médio obtido e é ainda possível saber o resultado do ano passado.

O ranking mostra-nos em que posição ficou a escola. A ordenação é feita apenas com aquelas onde se realizaram 50 ou mais exames.

Desde 2012 os rankings do PÚBLICO incluem dados socioeconómicos que evitam o efeito redutor que muitos criticam nestas tabelas. A Católica Porto Business School, parceira do PÚBLICO na organização destes rankings, tem em conta dois factores: a percentagem de alunos sem acção social escolar, ou seja, menos desfavorecidos, e a habilitação média dos pais (média de número de anos de escolaridade).

Com estes dados, criou-se uma variável que permite caracterizar o contexto de cada agrupamento ou escola isolada. Se uma escola estiver representada a amarelo sabemos que tem valores mais desfavoráveis. A roxo valores intermédios e a verde valores mais favoráveis. As escolas a preto são aquelas sem dados disponíveis. No site do PÚBLICO esta classificação é feita através de números, do contexto menos favorecido ao mais favorecido.

Ainda assim existem algumas limitações. Primeiro um desfasamento temporal: os resultados dos exames são do ano lectivo 2015/2016 e os dados socioeconómicos do ano lectivo anterior (2014/2015). Por fim, os dados são fornecidos por agrupamento de escola e não por escola. Como normalmente um agrupamento inclui várias escolas, estes valores podem não representar o universo exacto de cada uma delas.

Através destes dados calcula-se o Valor Esperado de Contexto. Ou seja, o valor esperado para aquela escola tendo em conta contextos semelhantes e a proporção de exames de cada disciplina nessa escola.

No ranking do secundário, é possível consultar esse valor para cada escola e também saber se ela teve uma média de exames superior ou inferior à esperada. No ranking do básico o indicador esclarece apenas se a média de exames da escola ficou acima ou abaixo do valor esperado.

Nas tabelas do PÚBLICO é ainda possível encontrar mais indicadores que acrescentam informação aos rankings deste ano, para além das médias dos exames.

Um deles é a taxa de retenção no 9º ano (básico) e no 12º ano (secundário) que mostra a percentagem de alunos que não passaram de ano em relação ao número de alunos matriculados.

Mantém-se o indicador da progressão dos resultados dos alunos. Esta avaliação é feita tanto para o ensino básico como para o secundário. Com este indicador comparam-se os resultados que os alunos de cada escola tiveram nas provas de Português e Matematica com as notas que os mesmos alunos tiveram nos exames dessas disciplinas três anos antes. Ou, no caso do secundário, as notas que os alunos tiveram no 12º com as que tinham tido no 9º.

A evolução de cada escola é depois comparada com a progressão média registada pelos alunos do resto do país. O indicador mostra se as escolas tiveram uma progressão muito acima da média, muito abaixo da média, ou neutra. Uma das vantagens deste indicador é que compara as escolas tendo em consideração o nivel académico dos alunos que cada uma recebe.

Há ainda o indicador de percursos directos de sucesso, que este ano se alarga ao ensino secundário. Com ele é criado um ranking alternativo. O objectivo é avaliar até que ponto as escolas conseguem que os alunos não chumbem ao longo do 3º ciclo do ensino básico ou do ensino secundário e tenham nota positiva nos exames finais. A percentagem de percursos de sucesso é depois comparada com a média nacional dos alunos com um nível semelhante. Têm um melhor indicador de percursos de sucesso as escolas que surpeendem e conseguem distanciar-se pela positiva de outras escolas com o mesmo tipo de alunos. Estão pior neste ranking as que ficam mais aquém.