Web Summit arrancou com pompa e um primeiro-ministro “muito entusiasmado”

António Costa quer que os 53 mil participantes se lembrem de Portugal como um país “aberto aos negócios”.

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Imagens da cerimónia de abertura da Web Summit Miguel Manso
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Foi com muita pompa e circunstância, com luzes, música electrónica e confettis, e com um primeiro-ministro que se declarou “muito entusiasmado” que arrancou a primeira edição da Web Summit em Portugal. O evento, que reúne startups, gestores e investidores, ficará em Lisboa durante pelo menos três anos e António Costa disse esperar que os 53 mil participantes se “lembrem de Portugal como dinâmico, progressivo e aberto aos negócios”.

O Meo Arena estava praticamente cheio (e havia ainda pessoas fora do pavilhão que assistiam à cerimónia num ecrã), quando, com meia hora de atraso, Paddy Cosgrave, co-fundador da Web Summit, subiu ao palco. “Uau, isto é completamente louco”, foi a primeira fase que atirou, antes de lembrar que o evento começou em 2010, em Dublin, com 400 pessoas. Cosgrave pediu depois à plateia que pegasse nos telemóveis e partilhasse no Facebook o vídeo em que a sessão de abertura era transmitida em directo – mas uma falha técnica acabou por estragar o momento.

Foi depois a vez de António Costa, cujo Governo tem sido o grande promotor da Web Summit, depois de o anterior executivo ter convencido a empresa de Paddy Cosgrave a mudar o evento de Dublin para a capital portuguesa, o que significou, segundo foi então anunciado, um investimento público de 1,3 milhões de euros anuais. Numa intervenção em que misturou português e inglês, o primeiro-ministro afirmou que, nos próximos dias, "Lisboa vai ser a capital mundial do empreendedorismo" e defendeu que “é este ambiente de experimentação contínua e de disponibilidade para assumir o risco que importa estimular". A Web Summit motivou nas últimas semanas artigos na imprensa internacional que comparam Lisboa a centros de empreendedorismo como São Francisco ou Berlim, muito embora a dimensão do ecossistema de startups português seja mais pequena.

Horas antes, Costa anunciara um novo programa para financiar investimento de risco com dinheiro público. Trata-se de uma linha de financiamento de 200 milhões de euros, aos quais os investidores privados deverão juntar outro tanto. Na apresentação, o primeiro-ministro afirmou haver empresas em sectores como a robótica e a biotecnologia que têm tido dificuldades em encontrar financiamento em Portugal. Este novo instrumento irá juntar-se a uma linha de financiamento para business angels (que investem no início da vida das startups) que totaliza 26 milhões de euros de dinheiro europeu e dos quais 18 milhões já estão provisoriamente alocados. 

Como habitual nos eventos que antecederam a Web Summit, a abertura teve uma participação política. Na cerimónia estiveram também o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, e o presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, que entregou a Cosgrave a chave da cidade. Para a troca, Cosgrave tinha uma pen USB em forma de chave, que serviria para marcar o arranque oficial da Web Summit. O irlandês hesitou entre dá-la a Medina, de um lado, ou a Costa, que estava do outro. O primeiro-ministro acabou por estender o braço na direcção de Medina e foi o autarca a receber a chave e usá-la para fazer simbolicamente a inauguração oficial.

Tecnologia facilita contactos
Para as muitas startups na Web Summit – 67 das quais entraram no evento com apoio governamental – esta semana é uma oportunidade para conhecerem potenciais clientes e investidores. Ao longo dos vários pavilhões da FIL, as empresas vão fazer contactos, ajudadas pela tecnologia desenvolvida pela Web Summit. O evento tem uma aplicação para que os vários participantes entrem em contacto, bem como um algoritmo que sugere ligações que possam ser interessantes para cada um. Em paralelo, há uma série de palestras e debates, sobre temas que vão do impacto da tecnologia na saúde e no desporto, ao futuro da indústria automóvel. Entre os oradores desta terça-feira, estão o director de tecnologia do Facebook, Mike Schroepfer, e Carlos Ghosn, um dos executivos mais poderosos da indústria automóvel, que preside à Renault, Nissan e Mitsubishi.  

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