Venda do Yahoo atrasa após falhas de segurança

O portal Yahoo começa 2017 com a notícia de que a compra pela Verizon foi adiada, após as repetidas falhas de segurança do portal apesar do melhor desempenho financeiro no último trimestre.

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A Verizon ia dar nova vida ao portal veterano da Internet Reuters/DENIS BALIBOUSE

A venda do Yahoo atrasou.O acordo fechado em Julho de 2016 entre a operadora de telecomunicações Verizon e a o portal Yahoo, por cerca de 4,4 milhões de euros, já não vai acontecer no primeiro trimestre de 2017.

Têm sido anos difíceis para o portal veterano da Internet que nasceu em 1994 e era o motor de busca de eleição antes do Google. O adiamento da aquisição pela Verizon surge após o Yahoo ter confirmado, em Dezembro de 2016, que tinha sido alvo de um grande ataque de segurança electrónica em 2013, comprometendo mais de mil milhões de contas dos utilizadores.

É a segunda vez em menos de cinco anos que o portal Yahoo admite ter problemas de segurança. Em 2014, outra falha também teria afectado cerca de 500 milhões de utilizadores.

A mudança de mãos promete injectar nova vida no Yahoo. Faz parte da estratégia da Verizon de ligar consumidores, criadores e anunciantes através de vários ecrãs. A Yahoo passará a actuar apenas como uma empresa detentora de capitais em duas outras empresas, com uma participação de 36% no Yahoo Japão, que funciona autonomamente, e 16% no gigante de vendas online chinês Alibaba.

Apesar do adiamento, a actual presidente executiva do Yahoo, Marissa Mayer, continua confiante num futuro como parte da Verizon. "A empresa está a trabalhar aceleradamente para que possamos fechar a transacção assim que possível,” lê-se no  comunicado de apresentação de resultados, divulgado nesta segunda-feira.

Nem tudo foi negativo em 2016. O Yahoo terminou o ano com receitas no valor de 5169 milhões de dólares (4807 milhões de euros), o que representa um aumento de 4 % em relação ao ano anterior.

Em termos de lucro, embora os valores continuem negativos, o portal termina 2016 com um saldo negativo de 214 milhões de dólares (199 milhões de euros). É uma melhoria de cerca de 90% face a 2015, quando o prejuízo da empresa atingiu os 4369 milhões de dólares (4000 milhões de euros).

Na altura, o Yahoo fez um cortes significativo no número de trabalhadores e encerrou os escritórios no Dubai, na Cidade do México, Buenos Aires e Milão.  “Os cortes representam uma equipa de trabalhadores cerca de 42% mais pequena do que era em 2016, mas vão contribuir para poupanças a curto-prazo que se poderão traduzir em 400 milhões de dólares anuais,” disse Mayer na altura.

Este ano, além dos cortes, a aposta no mercado móvel mereceu destaque, acabando por trazer 1,5 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) de receitas, com o número de utilizadores a seguir o Tumblr, a rede social comprado pelo Yahoo, a aumentar 17%.

"Estou muito feliz com os resultados do último trimestre e incrivelmente orgulhosa do trabalho da equipa na execução do nosso plano estratégico para 2016, em especial devido ao ano inesperadamente agitado que a Yahoo teve,” disse Mayer, em comunicado.

Inevitavelmente, a segurança dos utilizadores foi destacada como a maior prioridade para o futuro. “Com protocolos de segurança a funcionar e mudanças de passwords, aproximadamente 90% dos nossos utilizadores diários já fizeram, ou não precisam de fazer alterações para proteger as suas contas,” informou Mayer, acrecentando que a equipa está a trabalhar afincadamente para aproximar a percentagem dos 100%".

Artigo editado por João Pedro Pereira

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