Receitas do Facebook superam previsões de Wall Street

É a nona vez consecutiva que os ganhos da rede social ultrapassam valores obtidos no trimestre anterior, mas as receitas da publicidade estão a crescer menos.

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Mark Zuckerberg acredita que a investigação no ramo da inteligência artificial pode beneficiar o marketing do Facebook Reuters/Jose Gomez

O Facebook excedeu as previsões de Wall Street e acabou o segundo trimestre de 2017 com um lucro de 3,89 mil milhões de dólares (mais 71% do que no mesmo período de 2016) e 9,32 mil milhões de dólares em receitas. São cerca de 3,3 e 7,95 mil milhões de euros, respectivamente. É a nona vez consecutiva que os ganhos da rede social ultrapassam valores obtidos no trimestre anterior. O foco no aumento de conteúdo publicitário em plataformas móveis (incluindo na aplicação do Instagram) impulsionou o valor: 87% do total de vendas publicitárias veio deste tipo de anúncios. 

A subida das receitas, porém, é cada vez menor. Os ganhos da rede social – detalhados num relatório publicado esta quarta-feira – mostram que as receitas subiram 45% em relação ao trimestre anterior. No primeiro trimestre de 2017 o aumento foi de 49%, no último trimestre de 2016 de 51%, e no penúltimo trimestre de 2016 de 56%. A tendência deve continuar com o Facebook a avisar que está perto de atingir o limite de anúncios que pode apresentar no feed de notícias.

“Prevemos que estes anúncios do Facebook sejam um factor cada vez menos importante no crescimento da receita publicitária no futuro”, confirma David Wehner, o director financeiro do Facebook durante a conferência sobre os ganhos da empresa. Para Wehner, o foco da rede social em motivar os utilizadores a ver vídeos mais longos também pode influenciar, pela negativa, o número de vezes que um anúncio é visto.

O director digital da agência global MediaCom, Steve Carbone, tinha feito o aviso em Maio. "O Facebook tem impulsionado as suas receitas com base em três factores: aumentar o número de utilizadores, aumentar o tempo gasto na rede social por cada utilizador, e acrescentar mais anúncios em cada página. Porém, a capacidade de adicionar mais e mais publicidade está a começar a diminuir", disse Carbone num texto para o analista de mercado eMarketer. "Se esta fonte diminuir, o Facebook vai ter de investir mais nos outros dois factores e reavaliar preços."

Mark Zuckerberg, porém, acredita que a investigação no ramo da inteligência artificial (utilizada em vários projectos da empresa desde drones que transportam internet, à realidade virtual) é parte da solução e pode beneficiar o marketing do Facebook. “Estamos a ver uma grande mudança na forma que o marketing funciona”, disse Zuckerberg durante a conferência sobre os ganhos da empresa. “A inteligência artificial pode ajudar [uma marca] a perceber quem é que está mais interessado no seu produto. Muitas vezes nem é preciso definir um público-alvo porque a inteligência artificial fá-lo de forma melhor e mais precisa. Isto faz com que os anúncios que vemos sejam mais relevantes para nós e mais eficientes para os negócios”.

A 30 de Junho de 2017, altura da publicação deste relatório, o Facebook tinha cerca de 1,32 mil milhões de utilizadores diários (um aumento de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior), e cerca de 20.600 pessoas empregadas.

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