Portugueses vão comprar mais tablets, mas a preços mais baixos

O mercado português de tablets vai continuar a crescer, mas o preço médio dos aparelhos comprados terá tendência para descer, estimam a GfK e a IDC, duas analistas de mercado ouvidas pelo PÚBLICO.

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A IDC prevê que os tablets prejudiquem o interesse pelos leitores de livros electrónicos José Fernandes/arquivo

A IDC prevê que até ao final deste ano sejam vendidos 222 mil tablets em Portugal, valor que deverá subir para 320 mil em 2013, o que é um crescimento de 44%. Este valor fica bem acima do que a empresa prevê para a Europa Ocidental (35%) e para os EUA (40%) e é também ligeiramente superior ao do mercado global, para o qual a IDC antecipa um aumento de vendas de 42%.

 "É um crescimento brutal”, classifica o responsável da IDC em Portugal, Gabriel Coimbra, que aponta várias razões para a tendência.

Por um lado, nota, é um mercado muito recente e “é normal que os mercados que estão no início tenham bastante crescimento”. O responsável justifica a diferença face à média da Europa Ocidental com o facto de o mercado português estar ainda menos maduro do que o de outros países neste território, os quais já tiveram ao longo de 2012 um aumento significativo de vendas e, por isso, tenderão agora a abrandar os ritmos de crescimento.

Para além disto, aponta, os tablets têm vindo a substituir a aquisição de computadores pessoais (cujas vendas estão em declínio) e muitos consumidores optam por comprar um tablet em vez de um computador novo.

Os efeitos da crise são também menos sentidos neste segmento, explica Gabriel Coimbra, já que os aparelhos – contrariamente aos smartphones, que já têm uma penetração em várias camadas sociais – são comprados sobretudo por classes com maior poder de compra.

Por fim, observa Gabriel Coimbra, o mercado está a assistir ao aparecimento de novas ofertas, o que ajuda a estimular o consumo. Neste trimestre, chegaram a Portugal dois novos modelos de iPad (um deles mais pequeno do que os anteriores, com um ecrã de 7,9 polegadas), o Nexus 7 (fruto de uma parceria da Asus e do Google), e os modelos equipados com o novo Windows, o primeiro sistema da Microsoft concebido para computadores com ecrã sensível ao toque.

Também a GfK tem estimativas que colocam as vendas a subir. Sem querer adiantar valores concretos, Ricardo Anaia, gestor de produto na GfK, aponta para esta época natalícia um “aumento das vendas e uma tendência do total de mercado positiva relativamente ao mesmo período do ano passado”.

Anaia antecipa ainda uma “tendência de descida do preço médio”, embora ressalve que “seja muito difícil prever em quanto”, devido a factores como a conjuntura económica e as promoções da época natalícia. Segundo os dados da GfK, o preço médio ao longo deste ano situou-se entre os 330 e os 350 euros, embora o segmento dos tablets até 300 euros esteja a crescer.

A contribuir para a descida do preço estão equipamentos como o Nexus 7, que custa 249 euros, e o iPad mini, cujos preços começam nos 339 euros. Os dispositivos Android são já vendidos a preços muito diversos e os equipamentos de mais baixa gama chegam a custar menos de cem euros.

Gabriel Coimbra também aponta para uma quebra do preço médio dos aparelhos comprados, o que considera “uma tendência normal”. E sublinha que é nos países da Europa que a IDC antecipa uma maior quebra.
 
 

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