Google lança smartphone com assistente pessoal e armazenamento ilimitado

A empresa apresentou o novo Pixel com argumentos para conquistar mercado ao iPhone – incluindo a entrada para os auriculares.

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Rick Osterloh, vice-presidente do Google para o hardware, apresenta o Pixel em São Francisco. REUTERS/Beck Diefenbach

A integração do assistente pessoal do Google, o Assistant, e a possibilidade de armazenamento ilimitado de vídeos e fotografias através da Google Cloud são os destaques do Pixel, que já está disponível para pré-encomenda em cinco países – EUA, Reino Unido, Austrália, Canadá e Alemanha. Não há, para já, informação sobre a disponibilidade em Portugal. O preço, no mercado norte-americano, é de 649 dólares (579 euros). 

O aspecto do Pixel, apresentado esta terça-feira em São Francisco, EUA, não surpreende. Primeiro, porque as imagens do smartphone de 5 e 5,5 polegadas circulavam desde segunda-feira quando, inadvertidamente, uma cadeia de lojas britânica as divulgou numa campanha publicitária. Em segundo lugar, porque parece ser difícil reinventar a roda em 2016: visto de fora, o telemóvel inteligente do Google, disponível em preto, prata ou azul, não é radicalmente diferente do iPhone 7 da Apple ou do Galaxy S7 da Samsung.

Os argumentos do Google são outros. Em termos de hardware, a câmara do Pixel, de 12 megapixéis, recebe 89 pontos de classificação da consultora DXOMark – o valor mais elevado de sempre num smartphone, contra os 86 do iPhone 7. A bateria pode ser recarregada com sete horas de energia em apenas 15 minutos e o Pixel é compatível com os novos óculos de realidade virtual do Google, os Daydream VR.

A verdadeira novidade, porém, é a integração do Assistant, o dito assistente pessoal do Google. É uma espécie de Siri? É, mas com a vantagem de consolidar todo o universo de serviços do Google (dos mapas ao YouTube, passando pelo motor de busca) numa única aplicação activada por comandos de voz. Pedir ao Pixel para encontrar uma fotografia, verificar que concertos estão agendados para o pavilhão que está na imagem, ver que restaurantes existem nas imediações, partilhar a informação com um amigo e reservar uma mesa para jantar antes do espectáculo foram algumas das possibilidades demonstradas na apresentação em São Francisco. O Assistant, afirmam os responsáveis do Google, tem capacidades evolutivas e a sua inteligência artificial expandir-se-á através da interacção com o utilizador e da consulta do Knowledge Graph, a gigantesca base de dados do motor de busca.

O Pixel, vendido com o sistema operativo Android Nougat, traz também integrado o Duo, a mais recente aplicação de videochamada do Google, que permite contactar alguém sem ter um número de telefone (basta uma conta Google) e ver a cara de quem está a ligar mesmo antes de atender a chamada – uma espreitadela pela fechadura a que o Google chama knock knock.

Numa apresentação com constantes referências e comparações à rival Apple, o Google vendeu a possibilidade de armazenamento ilimitado de imagens na Google Cloud mostrando um ecrã de alerta de memória cheia do iPhone – "não voltarão a ver isto" – e sublinhou uma característica que, até à recente apresentação do iPhone 7, pouca relevância teria: o Pixel permite connectar auriculares com fios (o iPhone 7, sem um adaptador, não). E há ainda uma aplicação para facilitar a migração de ficheiros, contactos e mensagens (incluindo iMessages) de outro sistema operativo móvel para o Pixel.

Para além do Pixel, o Assistant ganha vida noutro produto do Google apresentado na Califórnia. O Home, um objecto cilíndrico semelhante a uma coluna de som, vem competir com o Echo da Amazon e oferece as mesmas funções de assistente pessoal presentes no smartphone do Google: através de comandos de voz, é possível pôr uma canção a tocar, fazer uma pergunta ao motor de busca, calendarizar alarmes e controlar outros aparelhos ligados à Internet. 

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