O novo iPhone X tem mais ecrã, menos botões e reconhece o dono

Apple apresentou três novos modelos. O topo de gama deixou de ter botão e vai custar 1179 euros.

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Philip Schiller explica a tecnologia de reconhecimento facial Reuters/STEPHEN LAM
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O novo ecrã cobre quase todo o aparelho Reuters/STEPHEN LAM
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A Apple lançou também a nova geração de relógios Reuters/STEPHEN LAM
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Foram também lançado o iPhone 8 e o iPhone 8 Plus Reuters/STEPHEN LAM
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Tim Cook prestou homenagem a Steve Jobs, uma década após o lançamento do primeiro iPhone Reuters/STEPHEN LAM

Com o iPhone a fazer dez anos e as vendas a estagnar, a Apple estava pressionada para mostrar inovações e convencer os consumidores que já têm smartphones no bolso a trocaram de aparelho. O iPhone X – o novo topo de gama e um dos três modelos apresentados nesta terça-feira – tem um ecrã que ocupa quase toda a parte frontal do aparelho e deixou de ter o botão central, que é substituído por uma nova interface de gestos e por tecnologia de reconhecimento facial para identificar o dono do telemóvel.

A ausência de um botão significa que os utilizadores terão agora de usar gestos para funcionalidades como visualizar todas as aplicações abertas ou regressar ao ecrã principal. Já desbloquear o telemóvel, ou autorizar pagamentos, poderá ser feito com o sistema de reconhecimento facial: basta olhar para o aparelho para que o utilizador seja identificado, graças às câmaras e sensores que estão na parte superior do telemóvel. Entre estes está uma câmara de infravermelhos, que permite reconhecer caras mesmo no escuro.

A tecnologia chama-se Face Id e faz com que o telemóvel crie uma espécie de mapa do rosto com milhares de pontos. Segundo a Apple, isto permite que o iPhone identifique a cara do utilizador, mesmo quando há mudanças de visual, como um novo corte de cabelo. A empresa também garante que é quase impossível que uma pessoa consiga ludibriar o sistema e desbloquear um telemóvel alheio, embora tenha ressalvado que esta possibilidade aumenta quando se trata de pessoas com traços semelhantes, como irmãos gémeos.

Já o novo ecrã, a que a Apple chamou “super retina” e que aumenta o número de pixels por polegada, segue a tendência de alguns concorrentes (incluindo da rival Samsung) de se prolongar até ao limite da estrutura do aparelho.

“Este é o maior salto em frente desde o iPhone original”, afirmou o presidente executivo, Tim Cook, que tinha arrancado um evento com um tributo a Steve Jobs. Porém, a apresentação (a primeira no anfiteatro Steve Jobs, nas novas instalações da empresa) não trouxe muitas surpresas, especialmente para os entusiastas que seguem os rumores e especulações sobre os lançamentos da Apple. Praticamente tudo o que foi anunciado já tinha sido avançado na imprensa e nas redes sociais, sobretudo depois da recente fuga de informação que permitiu a programadores informáticos analisarem o novo sistema operativo iOS 11.

Este ano, a Apple estreou-se também a lançar três modelos de uma só vez. Para além do iPhone X, foram revelados o 8 e o 8 Plus (com duas câmaras traseiras), que são evoluções dos aparelhos lançados há um ano. Foi durante a revelação destes modelos que aconteceu uma outra estreia. No palco, o vice-presidente Philip Schiller mostrou atrás de si uma fotografia gigante da Ponte 25 de Abril, em Lisboa. "Não é a Golden Gate Bridge, isto é em Portugal", disse, referindo-se à famosa ponte de São Francisco, que é muito semelhante à portuguesa.

O iPhone X custará 1179 euros em Portugal e é o mais caro de sempre (custa mais do que os portáteis mais baratos da marca). O preço dos iPhone 8 começará nos 829 euros. Como habitual, a empresa segue a estratégia de manter os modelos mais antigos no mercado, a preços mais baixos. O 8 poderá ser encomendado a partir de 15 de Setembro e o X a partir de 27 de Outubro.

"O iPhone X estabelece uma nova fasquia de valor para clientes da Apple que querem um dispositivo de topo e futurista", observou o analista da ABI Research Jeff Orr, numa nota enviada aos jornalistas. "Uma oferta semelhante de vários patamares de smartphone já existe na Samsung, e espera-se que seja seguida por outros fabricantes da linha da frente."

A Apple apresentou também a terceira geração do relógio inteligente Watch, que pode ligar-se directamente a redes móveis, sem necessidade de estar emparelhado com um telemóvel. A tecnologia dá mais um passo para tornar o relógio num aparelho que pode ser usado de forma isolada: o utilizador pode usá-lo para ouvir música, ver emails e fazer chamadas. Mais uma vez, a Apple, não é a primeira marca a incorporar esta funcionalidade num smartwatch e já era possível encontrar conectividade móvel em modelos da Samsung e LG, por exemplo.

Este tipo de relógios está longe de se ter massificado. O mercado dos relógios inteligentes é muito pequeno quando comparado com o dos telemóveis, mas é um sector que está em crescimento e onde a Apple tem uma dianteira confortável. No ano passado, segundo a analista de mercado Gartner, foram vendidos cerca de 42 milhões de relógios, dos quais cerca de um terço foram da Apple. A Gartner estima que em 2021 sejam vendidos 82 milhões de unidades, com a Apple a rondar 25% do mercado.

Nos momentos a seguir à apresentação, as acções da Apple, que valorizaram cerca de 42% desde o início do ano, sofriam uma ligeira queda de meio por cento.

Artigo corrigido: o iPhone X custará 1179 euros em Portugal, e não 1079 como estava indicado.

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