Primeiro smartwatch da Fitbit aposta na saúde para correr atrás da Apple

Além de ser um treinador pessoal no pulso, o novo relógio dá para fazer pagamentos, medir o oxigénio no sangue e mergulhar em profundidade.

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O Ionic mede o nível de oxigénio no sangue dos utilizadores Fitbit

A marca americana de pulseiras desportivas Fitbit está a apostar no mercado dos relógios inteligentes programados para facilitar a vida de quem os leva ao pulso. Para fazer frente à versão da Apple (que lidera o mercado), o primeiro smartwatch da Fitbit vai além do exercício físico.

O Ionic, lançado esta segunda-feira, incorpora tecnologia contactless (que permite fazer pagamentos a partir do relógio), mede o nível de oxigénio no sangue dos utilizadores (para diagnosticar, atempadamente, problemas de saúde como a apneia do sono), vem com tecnologia GPS, monitor de sono, gravador de música (que funciona com auriculares sem fios que usam tecnologia bluetooth), notificações de chamadas e mensagens, e uma gama de aplicações móveis para instalar à escolha. Tudo funciona até 50 metros por baixo de água (pondo-o ao mesmo nível que a série 2 do Apple Watch).

O novo aparelho difere do último relógio lançado pela marca, o Blaze, por permitir que os utilizadores instalem aplicações desenvolvidas por terceiros (segundo a IDC é a condição necessária para definir um relógio como smartwatch). O Ionic também difere do da Apple por ser compatível com os principais sistemas operativos (seja iOS, Android ou Windows Phone), e definir a saúde como prioridade.

“Como Ionic, vamos dar o que os consumidores ainda não viram num smartwatch – uma plataforma que põe a saúde primeiro”, frisa James Park, o director executivo da Fitbit em comunicado. “O nível de personalização e as nossas tecnologias, permitem desbloquear capacidades de monitorização de saúde sem precedentes.”

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O Ionic promete quatro dias de utilização entre carregamentos Fitbit

Como tal, a marca não esquece as origens desportivas: há um novo modo de natação (para monitorizar as calorias gastas e a distância percorrida dentro de água) e um “treinador de fitness” virtual incluído capaz de organizar sessões de exercício rápidas em qualquer lugar. O relógio utiliza áudio, cronómetros, animações e vídeos demonstrativos (na face do relógio) para motivar o utilizador a terminar um exercício. No final, pode-se definir o nível de dificuldade da sessão (dependendo da resposta, a próxima poderá ser mais intensa). 

Em 2017, a Fitbit perdeu o primeiro lugar no mercado dos wearables (tecnologia com que nos podemos equipar) para a Apple e a fabricante chinesa Xiaomi. A marca enviou menos 600 mil unidades para o mercado do que as rivais, segundo dados da empresa de análises de mercado IDC. “Isso não quer dizer de modo algum que a Fitbit esteja de fora”, alerta analista Ramon Llamas. Com uma base de 50 milhões de utilizadores, uma forte presença no mercado da saúde, e um foco na saúde digital, a Fitbit pode mudar para novos segmentos e mercados, diz a IDC.

A solução é apostar em relógios inteligentes, em vez de pulseiras. “Os smartwatches estão a caminho de representar o maior potencial de receita de todos os wearables até 2021”, frisa a analista da Gartner Angela McIntyre. Em 2017, deverão ser vendidas 41,5 milhões de unidades deste tipo de relógios inteligentes. E a avaliação da actividade física, uma área em que a Fitbit se especializa, continua a ser a funcionalidade mais utilizada pelos donos destes aparelhos segundo um estudo de mercado de Junho de 2017 da Connected Inteligente. 

O novo relógio da Fitbit – com um tempo de vida de quatro dias entre carregamentos – ronda os 299 dólares (cerca de 250 euros). Podem-se trocar as pulseiras do relógio (há modelos de couro e outros mais desportivos com tecido respirável), e as cores e estilo do ecrã. 

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