Microsoft despede para continuar a apostar na venda de software por assinatura

Empresa confirmou o corte, mas não avançou com números. Estratégia passa por crescer nos serviços na cloud.

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Reuters/SHANNON STAPLETON

A Microsoft vai despedir pessoas, numa reorganização com a qual pretende continuar a direccionar o negócio para a venda de serviços online, através de assinatura.

A confirmação foi dada nesta quinta-feira pela multinacional a vários órgãos de informação da imprensa americana, na sequência de notícias que davam conta de despedimentos que poderiam atingir entre três mil e cinco mil trabalhadores.

A Microsoft (que no final do ano fiscal de 2016 tinha cerca de 114 mil funcionários em todo o mundo, incluindo em Portugal) não confirmou aqueles números, mas reconheceu que há pessoas que serão dispensadas.

“A Microsoft está a implementar mudanças para melhor servir os nossos clientes e parceiros. Hoje, estamos a tomar medidas para notificar alguns funcionários de que os seus empregos estão a ser analisados, ou que os seus cargos vão ser eliminados”, explicou a empresa, num comunicado. “Como todas as empresas, avaliamos o nosso negócio numa base regular.”

A aposta nas chamadas soluções de cloud – que são fornecidas através da Internet – tem sido central na estratégia do presidente executivo Satya Nadella, que antes de assumir o cargo liderava a divisão responsável por estes serviços. Em vez de vender as tradicionais licenças de software (o modelo com que a Microsoft se tornou um gigante da tecnologia), que são pagas apenas uma vez, o objectivo é vender o acesso a software num modelo de assinaturas, que tipicamente são renováveis mensalmente ou anualmente. Estas assinaturas são vendidas tanto a empresas, como a consumidores, que podem, por exemplo, usar programas populares como o Word e o Excel nesta modalidade.

Nadella tem feito cortes de pessoal em áreas que não considera fulcrais e, há três anos, pouco tempo depois de assumir a liderança da companhia, anunciou a saída de 18 mil trabalhadores, naquele que foi o maior despedimento na história da Microsoft. Muitos estavam ligados ao negócio dos telemóveis que foi comprado à Nokia, uma aquisição que foi decidida ainda pelo antecessor de Nadella, Steve Ballmer.

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