Uma Coreia desenhada, os presidentes americanos de má memória e a cannabis para reformados
Cinco sugestões para ler, ouvir e ver de cinco jornalistas do PÚBLICO – esta semana com paragem pelas notícias falsas e pelo vasto léxico referente aos órgãos reprodutores.
“A minha viagem à Zona Desmilitarizada da Coreia”
The New York Times Magazine
Sempre gostei de trabalhos na primeira pessoa e este é um deles. Numa viagem à capital da Coreia do Sul, Seul, o ilustrador Christoph Niemann aproveitou para fazer um passeio turístico pela Zona Desmilitarizada da Coreia, uma das fronteiras mais tensas do mundo, que divide a Coreia do Sul e a Coreia do Norte. Ouvimos o seu testemunho enquanto observamos os desenhos feitos de memória numa experiência 360º (era proibido fotografar e até desenhar no momento). Ao longo de 250 quilómetros de comprimento quase inabitados, ficamos a saber que existem duas aldeias – a “Liberdade” e a “Paz” – e que apesar de ser uma zona marcada pelo conflito e terror, é também um jardim onde crescem algumas das plantas mais raras da Coreia. Ver
“A Presidência americana”
The Onion
Para assinalar o Dia do Presidente nos EUA (20 de Fevereiro), o site satírio The Onion – também conhecido por levar pessoas que não percebem a sua natureza a publicarem notícias descaradamente falsas – publicou curtas biografias de todos os 45 Presidentes da história norte-americana. É tão bom como parece. E numa altura em que o líder do chamado “mundo livre” é mais escrutinado do que nunca, é também uma boa ocasião para nos lembrarmos de outros presidentes de má memória. Como Richard Nixon, “que serviu de inspiração para todos os cretinos de quem é impossível gostar, mostrando que também eles podem chegar a Presidente”. Ler
“Bem-vindos a Veles, Macedónia, a fábrica mundial de notícias falsas”
Wired
Os números são estes: um assalariado na Macedónia recebe, em média, 371 dólares; Boris arrecadou 4 mil dólares por mês com os anúncios que tem a correr nos seus dois sites de notícias falsas. Nem é preciso fazer as contas. Mais um número: Boris tem 18 anos; deixou de ir à escola para se dedicar ao negócio que lhe permite aspirar a bens de consumo que na pequena cidade de Veles não está ao alcance de qualquer um. Viu alguém prosperar assim, com BMW à porta, e avançou. Disseminou mentiras sobre Trump e Hillary e o que mais viesse, apesar de não ter qualquer interesse nas eleições norte-americanas nem falar bem inglês. Copiar basta para criar um site de “marca branca” e esperar que as partilhas façam o resto – que façam dinheiro. Ler
“Quando a reforma vem com uma dose de cannabis”
The New York Times
Em Portugal prossegue o debate sobre a legalização da cannabis também para fins terapêuticos. Só que agora, com a maioria de esquerda no Parlamento, é mais expectável que haja mudanças neste ponto. O Bloco de Esquerda é um dos partidos que vai continuar a bater-se pela causa, mas o PCP também é favorável à ideia (neste caso, apenas para fins terapêuticos e não recreativos). O bastonário da Ordem dos Médicos já deu indicações para que o Conselho Nacional para a Política do Medicamento estude o potencial efeito terapêutico da substância. Aqui fica um artigo que nos mostra alguns rostos destas histórias. E que nos lembra que os projectos-de-lei e os estudos não são um conjunto de letras e burocracias cinzentas. A política tem sempre caras e é para a vida das pessoas que serve, só nelas existe. Ler
“Sobre o vasto léxico referente aos órgãos reprodutores e suas nuances”
Folha de S. Paulo
Na sua crónica no jornal Folha de S. Paulo, Gregorio Duvivier diz que quer importar uma palavra portuguesa para o Brasil. Não vou revelar qual é, só vos digo que se o órgão reprodutor é o mesmo, entre Portugal e o Brasil as nuances lexicais são imensas… É Carnaval, ninguém leva a mal. Ler
“Já viu isto?” é uma rubrica semanal com sugestões da redacção do PÚBLICO para trabalhos jornalísticos de outros media