Hackers têm tentado atacar centrais nucleares nos EUA e noutros países

Autoridades dão conta de nível de alerta "urgente", mas não detalham origem nem sucesso das investidas.

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A central nuclear de Three Mile Island, nos EUA, que não é mencionada na notícia sobre o relatório CARLO ALLEGRI/Reuters

Um relatório do Departamento de Segurança Nacional norte-americano e do FBI dá conta da intensificação da actividade de piratas informáticos que têm como alvo as redes de empresas que operam centrais nucleares. Nos últimos dois meses, os ataques têm também afectado outras centrais energéticas e fábricas norte-americanas, mas não só. O nível de alerta é “urgente”, escreve o New York Times, o segundo mais elevado da escala de ameaça.

O New York Times teve acesso ao relatório e apurou que desde Maio empresas como a Wolf Creek Nuclear Operating Corporation, que gere uma central de energia nuclear, foram atacadas, mas não sabe ainda se os ataques visavam a espionagem industrial ou tinham outros objectivos. A maior parte dos ataques teve como modus operandi a tentativa de entrada nos computadores de pessoas com acesso permitido a sistemas com capacidade de causar danos, dizem fontes sob anonimato ao Times

O relatório das duas agências indica que objectivo dos hackers, ainda não identificados mas que o relatório associa de forma lata a piratas informáticos apoiados por governos ou estados, era mapear e ficar a conhecer as redes informáticas para uso em futuros ataques. Algumas das técnicas usadas são as mesmas que o Energetic Bear, um grupo de piratas russos, terá posto em prática em ataques ao sector energético nos últimos anos, explicam aquelas fontes. O número de instalações atacadas com sucesso não é claro, com a Wolf Creek a indicar que nenhum dos seus “sistemas operativos” foi afectado e que têm um modo de funcionamento que separa a rede da empresa e a rede de gestão da própria central.

O jornal cita um comunicado do Departamento de Segurança Nacional e do FBI, que garantem que “não há indicação de uma ameaça à segurança pública” e que “qualquer impacto potencial parece estar limitado a redes administrativas e de negócios”. O Instituto de Energia Nuclear fez saber que são obrigatórias participações de tentativas de ciberataques e que tal não aconteceu por parte das empresas que trabalham com energia nuclear.  Este tipo de ataque a infraestruturas-chave é "um dos desafios de segurança nacional mais sérios" que os EUA têm de enfrentar, avisa o Departamento de Segurança Nacional.

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