Google vende empresa de robótica que faz robôs parecidos com animais

A nova dona é a japonesa Softbanks. A empresa está à venda desde 2016, porque as máquinas – capazes de subir paredes, correr como animais, e suportar enormes cargas – não estariam prontas para venda nos próximos cinco anos.

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A Boston Dynamics construiu o robô Helios (capaz de abrir portas e subir escadas) para a MIT Reuters/Patrick Fallon
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A Boston Dynamics é conhecida por desenvolver robôs capaz de se moverem com a mesma agilidade que animais Boston Dynamics
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O Handle é um robô de dois metros que anda sobre duas pernas com rodas e é capaz de suportar cargas elevadas Boston Dynamics

A operadora de telecomunicações Softbank, que tem investimentos na área da robótica, anunciou a compra da fabricante de robôs Boston Dynamics à dona do Google (a Alphabet), esta sexta-feira. A fabricante – que desenvolveu robôs para as forças armadas americanas – tinha sido adquirida pelo Google há cinco anos, sendo conhecida por desenvolver máquinas capazes de se moverem com a mesma agilidade que animais.

Apesar dos robôs da Boston Dynamics gerarem muita atenção por conseguirem saltar mais alto que qualquer humano, ou usarem pernas artificiais para imitar chitas a correr a 32 km por hora, a empresa está à venda desde Março do ano passado. O motivo foi a probabilidade de a Boston Dynamics não ser capaz de produzir robôs prontos para serem vendidos em massa nos próximos cinco anos.

A gama de robôs da Boston Dynamics inclui o BigDog (um robô do tamanho de um cão grande com quatro pernas que são articuladas como as do animal e que suporta até 150 quilos e corre a dez quilómetros por hora), o Handle (um robô de dois metros que anda sobre duas pernas com rodas e é capaz de suportar cargas elevadas) e o WildCat (outro robô com quatro pernas capaz de correr a 32 quilómetros por hora).

A Softbank – que detêm a Alderan Robotics, responsável pela criação de robôs humanóides utilizados nas áreas da educação e da saúde – vê a aquisição como um investimento em tecnologias que podem mudar o paradigma do sector, descrevendo a Boston Dynamics, em comunicado, como uma “líder em robôs dinâmicos avançados”.

Em Fevereiro, o director executivo da empresa nipónica, Masayoshi Son, subiu ao palco do Mobile World Congress 2017, em Barcelona, para partilhar uma visão em que o número de robôs ultrapassa o de humanos nas próximas três décadas. A Pepper, um dos robôs que a empresa vende, já é capaz de ler emoções humanas, dançar e trabalhar em lojas e hospitais.

Trabalhar com a Boston Dynamics faz parte desse futuro. “Actualmente há muitos problemas que ainda não conseguimos resolver sozinhos como humanos. A robótica inteligente será uma peça chave na próxima fase na revolução da informação”, justifica Masayoshi Son, num comunicado.

Além da Boston Dynamics, o acordo com a Alphabet inclui a compra da empresa de robótica japonesa Schaft, que desenvolve robôs humanóides bípedes (foi comprada pelo Google em 2013, mas apenas lançou um protótipo cerca de dois anos após a aquisição).

A Softbank não revelou o valor da transacção.

Projecções de 2016 da Federação Internacional de Robótica sugerem que cerca de 333 mil novos robôs de uso profissional e 42 mil de uso pessoal sejam instalados nos próximos três anos. No começo deste ano, a analista IDC também avançou que o investimento global na indústria da robótica deve chegar aos 188 mil milhões de dólares (cerca de 170 mil milhões de euros) até 2020.

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