Encomendar uma pizza ou aprender a dançar? Use as sapatilhas

A tecnologia na ponta dos pés não tem de se limitar a contar calorias.

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Há cada vez mais sapatos com aplicações móveis a acompanhar Digitsole
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Há um medidor de calorias incluído Rhythm Shoes
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Os sapatos vêm com um termóstato incluído Digitsole
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A bateria dura cerca de duas semanas xShuu
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O sistema de GPS destes ténis é só para encomendar Pizza Pizza Hut
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O sistema envia um alerta se as crianças sairem de onde deviam estar Mediatek
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Há cada vez mais sapatos com aplicações móveis a acompanhar Reuters/GONZALO FUENTES

Na medida em que a tecnologia se torna cada vez mais pequena e integrada em tudo, calçá-la torna-se normal. Com o sector dos wearables cada vez mais rentável – o analista CSS Insight estima que o mercado ultrapasse os 20 mil milhões de euros até 2019 –, marcas de equipamento desportivo como a Nike, a Puma e a Under Armour já oferecem ténis com atacadores automáticos, medidores de passos e calorias, ou outros sistemas para melhorar o desempenho físico.

Porém, cada vez mais startups mostram que a tecnologia que se põe nos pés não se limita a monitores desportivos ou sapatilhas.

Um professor de dança

Os Rhythm Shoes foram criados para pôr qualquer pessoa a dançar ao “guiar os pés do utilizador através dos passos e dar feedback em tempo real”. Os sapatos ligam-se a uma aplicação móvel – que disponibiliza aulas desde salsa a tango, passando pelo hip-hop e pela valsa – ao sincronizar os passos do utilizador com um instrutor virtual.

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Há um medidor de calorias incluído Rhythm Shoes

Os sensores no sapato transmitem informação para a aplicação (para esta avisar o utilizador se está a mover-se mal), e incluem um mecanismo de vibração que ajuda os utilizadores a lembrarem-se dos passos. Por exemplo, se é suposto avançar o pé direito para a frente, o sensor na ponta da frente desse pé vibra.

Como muitos wearables, incluem um medidor de passos para dar uma estimativa das calorias gastas ao longo de uma sessão. Há ainda uma componente social para partilhar vídeos das aulas de dança com outros utilizadores através da aplicação.

Os Rhythm Shoes estão a ser desenvolvidos pela SolidPixels, uma startup de aparelhos conectados fundada em 2014, que espera lançá-los no próximo mês de Dezembro. O preço deverá rondar os 125 euros.

Um pedologista que aquece

Além de se atarem sozinhos, os Digitsole Smartshoe vêm com tecnologia de regulação da temperatura, permitem monitorizar a postura e condição física do utilizador para criar treinos personalizados (via smartphone) com base nos movimentos de cada um. Os criadores trabalharam com pedologistas para determinar parâmetros para o sapato avaliar além do número de passos dados.  

A aplicação móvel dos sapatos também permite alterar a temperatura dos mesmos, por exemplo, ao aquecê-los nos dias mais frios, porque a sola transforma a energia da bateria (recarregável) em calor.

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Os sapatos vêm com um termóstato incluído Digitsole

O “motor” dos sapatos – que permite que estes se atem sozinhos e aqueçam – fica na parte traseira dos Smartshoe perto de uma entrada USB para os carregar ao final do dia. Quando a sola está muito gasta, os sapatos enviam um alerta ao seu utilizador para as substituir.

A Digitsole – que, há uns anos, ficou conhecida por lançar solas que se aquecem via smartphone – financiou o projecto através de campanhas simultâneas de angariação de fundos nos sites Kickstarter e IndieGogo. Os sapatos vão ser lançados por 599 dólares (cerca de 500 euros).

Saltos camaleões

Os Volvorii Timeless são um par de sapatos de salto alto que utilizam tecnologia bluetooth para se programar a cor, textura e padrão de parte do sapato através de uma aplicação móvel. Também vêm com um monitor de passos e calorias gastas.

Contudo, os padrões projectados não são eternos e dependem da bateria embutida nos saltos – quando acaba, os painéis no centro do sapato desligam-se e estes tornam-se brancos –, por isso, têm de ser carregados de duas em duas semanas, dizem os seus criadores.

Este calçado foi concebido pela xShüu Technologies, uma startup lituana. Além dos sapatos, a equipa também desenvolve malas e óculos de sol com o mesmo sistema. Ainda não há um preço definido.

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Pode-se personalizar a cor e o padrão xShuu

Encomendar pizza e outros sistemas GPS

Em Março, a cadeia de restauração Pizza Hut também aproveitou para lançar o seu próprio par de sapatos conectados. Em vez de medir passos e calorias, os Pie Tops servem para encomendar pizza.

As sapatilhas têm tecnologia de geolocalização e bluetooth para dar informação sobre a localização do utilizador que encomendou a pizza ao carregar num botão nos sapatos (a escolha do tipo e tamanho da pizza é feita numa aplicação móvel). Foram criados para comemorar o torneio de basquetebol da Associação Atlética Universitária (NCAA), nos Estados Unidos. Embora não estejam disponíveis ao público, são um exemplo de calçado que inclui sistemas de geolocalização para determinar onde está o utilizador.

Em 2015, a fabricante chinesa Mediatek apresentou uma proposta de sapatos para criança que utilizavam um chip de GPS e um processador da marca para determinar a localização exacta do utilizador e enviá-la para o smartphone dos pais. Os 361 SmartShoes incluiam tecnologia de geofencing (uma espécie de perímetro virtual), para enviar alertas caso a criança saísse de uma zona segura (por exemplo, a escola). O objectivo do produto apresentado no Mobile World Congress (um evento dedicado às comunicações móveis) era aliviar a preocupação dos pais com o bem-estar dos filhos, e dar algo que fosse mais difícil de tirar que os relógios ou as pulseiras com a mesma tecnologia.

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O sistema de GPS destes sapatos é só para encomendar Pizza Pizza Hut
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