Facebook com normas da comunidade mais flexíveis

As regras da comunidade proibiam conteúdos que mostrassem violência, nudez ou incitassem ao discurso de ódio, mas essas regras tornam-se mais flexíveis para conteúdos de "interesse social".

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No comunicado deixam claro a intenção de mostrar mais imagens e histórias, sem correrem o risco de chegarem a países onde são proibidas ou a menores que não terão interesse em vê-las. AFP/LEON NEAL

O Facebook vai passar a ter em conta o interesse social de um post antes de o remover, afirmam dois dos vice-presidentes da empresa, Joel Kaplan e Justin Osofsky, em comunicado. Na teoria, as normas da comunidade vão passar a ser mais permeáveis a conteúdos historicamente relevantes.

As regras da comunidade são claras: nada de violência, nudez ou discursos de ódio. Mas, segundo o comunicado, o Facebook vai passar a manter algum conteúdo que seria retirado por violar as normas da comunidade, caso se considere que é historicamente relevante ou que tem valor-notícia.

À partida, estas alterações lançam algumas dúvidas. “Se uma imagem é interessante ou historicamente relevante é algo extremamente subjectivo”, pode ler-se no comunicado oficial. Kaplan e Osofsky explicam que “imagens de nudez ou violência que são aceitáveis numa parte do mundo podem ser consideradas ofensivas – ou até ilegais – noutra parte”, reforçando a necessidade de se ter em conta as especificidades culturais de cada região do planeta. No comunicado deixam claro a intenção de mostrar mais imagens e histórias, sem correrem o risco de chegarem a países onde são proibidas ou a menores que não terão interesse em vê-las.

É incerto como se vai processar essa mudança. O comunicado refere “novas ferramentas e novos métodos de execução”, o que pode incluir trabalhar com “editores, jornalistas, fotógrafos e agentes da autoridade” que irão dar os seus pareceres sobre como proceder nestas situações.

Antes, o Facebook eliminava o conteúdo que fosse reportado pelos utilizadores da rede social. O conteúdo sinalizado era retirado se violasse as normas da comunidade, sendo que o número de denúncias não era relevante. As mudanças poderão passar por incluir, na equipa de moderadores de conteúdo, os profissionais citados no comunicado.

Esta mudança é uma resposta às críticas que a rede social tem recebido nos últimos anos. A decisão de retirar a fotografia que mostrava uma menina vietnamita a correr nua após os ataques de Napalm (tirada em 1972) foi altamente contestada pelos utilizadores e por diversas organizações. O director do jornal norueguês que partilhou a imagem foi também banido da comunidade e ripostou com acusações de censura.

Na semana passada, a Cancerfonden, uma organização não-governamental que apoia a luta contra o cancro da mama, teve um dos seus vídeos censurados pelo Facebook, por haver uma representação de um mamilo feminino, que é proibido pelas normas da comunidade. 

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