Entusiasmo pelas acções do Snapchat desapareceu em poucos dias

Analistas mostraram cepticismo quanto ao desempenho da empresa, contribuindo para afugentar investidores.

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Os óculos são um produto secundário da Snap Reuters/BRENDAN MCDERMID

As mensagens no Snapchat desaparecem rapidamente – tal como está a acontecer com o interesse pelas acções da empresa. Depois de dois dias a subir, a cotação entrou em trajectória descendente, embora continue acima do preço de venda inicial.

A contribuir para a queda estiveram as notas de vários analistas, que mostraram cepticismo quanto às contas da empresa, cujo resultado no ano passado se traduziu num prejuízo de 515 milhões de dólares. De entre as seis análises compiladas pela agência Reuters, não há recomendações de compra: duas aconselham os investidores a vender acções, outras duas afirmam que a empresa terá um desempenho abaixo do mercado e as restantes duas dão indicações aos investidores para manter as acções que tenham. 

Na quinta-feira, o primeiro dia de transacções da Snap (a empresa por trás da aplicação) na Bolsa de Nova Iorque, as acções tinham fechado nos 24,48 dólares, 44% acima dos 17 dólares a que tinham sido vendidas a investidores institucionais durante a Oferta Pública Inicial. Na sexta-feira voltaram a subir, atingindo os 27,09 dólares. Porém, na segunda-feira, e depois de terem passado boa parte da sessão em alta, acabaram por encerrar a descer. Nesta terça-feira mantiveram a tendência, deslizando cerca de 11%.

O Snapchat, que permite partilhar fotografias que desaparecem pouco tempo após o envio, concorre com plataformas como o Twitter, o Facebook e o Instagram por uma fatia do bolo da publicidade online. No final de 2016, tinha cerca de 161 milhões de utilizadores activos diários, um valor abaixo de qualquer uma daquelas redes rivais (o Facebook é quase oito vezes maior).

Na semana passada, numa entrevista a um jornal americano a propósito da estreia em bolsa, o co-fundador Evan Spiegel pareceu indicar que será preciso tempo para que a aplicação se torne rentável. “Construímos o nosso negócio com base na criatividade. E teremos de passar por um processo de educação nos próximos cinco anos, para explicar às pessoas como os nossos utilizadores e essa criatividade criam valor.”

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