E se os museus de Londres entrassem em guerra e usassem os objectos expostos como armas?

Houve dinossauros, mísseis, meteoritos, baleias e satélites no duelo entre dois dos maiores museus de ciência de Londres. Mas não há motivos para preocupação: a batalha foi virtual e no fim ficaram todos amigos.

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O esqueleto de uma baleia azul, exposto no Museu de História Natural de Londres, foi uma das "armas" usadas REUTERS/Hannah Mckay

Foi uma batalha entre museus em pleno Twitter. O Museu de Ciência de Londres e o Museu de História Natural britânico entraram em guerra naquela rede social, apresentando como armas os objectos que tinham expostos nas galerias, em resposta a um desafio lançado na quarta-feira por um utilizador do Twitter. “Quem ganharia numa batalha entre os funcionários do Museu de Ciência e do Museu de História Natural e que objectos expostos ajudar-vos-iam a alcançar a vitória?”, perguntou o utilizador Bednarz. A resposta do Museu de História Natural não tardou: “Nós temos dinossauros. Não há competição”.

“O Museu de História Natural está cheio de fósseis velhos, mas nós temos robôs, um [avião] Spitfire e venenos antigos. Boom!”, rebateu o Museu de Ciência. E o duelo continuou por aí fora, com interacções com os restantes utilizadores que assistiam, entusiasmados, à batalha dos museus.

O Museu de História Natural dizia ter pterodáctilos e as criaturas mais venenosas da Terra, para além de vulcões e peixes-vampiro. O Museu de Ciência retorquia, afirmando ter uma “sereia macho” (uma criatura formada a partir de várias partes de outros animais) e um “míssil nuclear Polaris”, que, respondia o Museu de História de Natural, em nada se compara a “um meteorito destruidor” — mas que as baratas sobreviveriam de qualquer forma à batalha épica.

As botas Wellington esmagariam as baratas, objectava o Museu de Ciência, mas as botas derretiam com a lava dos vulcões, rebatia o outro museu.

A competição surgiu no âmbito da iniciativa internacional #AskaCurator, um dia em que os responsáveis de vários museus respondem a perguntas feitas nas redes sociais. Ambos os museus, dos maiores da capital britânica, estavam inscritos na iniciativa. São dois museus cheios de história, tanto pela variedade de exposições que têm como pelas datas de fundação. O Museu de Ciência existe desde 1857 e o Museu de História Natural abriu portas em 1881.

E até houve espaço para referências à série A Guerra dos Tronos, com uma ilustração de dragões do mar presente no Museu de História Natural.

Apesar das duras investidas dos dois museus, o utilizador que sugeriu o duelo acabou por declarar que a guerra de museus tinha terminado num empate. Mas, quando tudo parecia estar acabado, o cessar-fogo foi quebrado, com o Museu de Ciência a dizer que não se podia ficar por um empate quando, afinal, também tinha um dinossauro impresso em 3D. Depois chegaram os gafanhotos e não tardou até que houvesse insecticidas antigos como resposta.

Até que chegaram os exemplares de pulgas de 1785, expostas no Museu de História Natural, e uma armadilha para pulgas chinesa do Museu de Ciência. Aí, foi a própria página do Twitter das pulgas do Museu de História Natural que respondeu: “Temos milhões de pulgas. Teria de ser uma armadilha gigante. Drop mic [cai o microfone, expressão usada quando alguém leva a melhor]”. Mas, afinal, o Museu de Ciência não se deixou ficar e mostrou o zelo que tem pelos microfones antigos expostos no Museu.

Depois foi a vez dos elefantes. E das baleias — assim como os satélites que registam a sua actividade.

Até que a guerra terminou, por fim. “Obrigado por teres começado tudo isto”, agradeceu o Museu de Ciência ao utilizador Bednarz, “foi divertido mas estamos contentes por voltarmos a ser amigos do Museu de História Natural”. 

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