Drones são ameaça à aviação comercial

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AFP/PATRIK STOLLARZ

Os drones civis estão a tornar-se uma "real e crescente" ameaça à segurança da aviação comercial, advertiu o director-geral da Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA), Tony Tyler, nesta segunda-feira, instando à definição de regulamentação antes que ocorram acidentes. E lembrou que a ameaça que os aviões não tripulados representam está ainda a evoluir, por as pessoas terem só agora começado a descobrir o potencial da tecnologia. 

"Eu estou tão animado como vocês estão relativamente à ideia de ter uma pizza entregue por um drone", disse Tony Tyler, durante uma conferência sobre aviação em Singapura, mas "não podemos permitir que sejam um obstáculo ou uma ameaça à segurança da aviação comercial", sustentou, defendendo uma "abordagem avisada" relativamente à regulação e um "método pragmático" de aplicação da mesma para quem "não observar as regras e os regulamentos e colocar os outros em perigo", frisou.

À medida que a utilização dos drones se expande da esfera militar para a comercial e para fins puramente recreativos, os especialistas temem que os aparelhos, caso não sejam regulados, possam um dia colidir com uma aeronave comercial.

"O problema é real. Temos uma série de relatórios de pilotos relativamente a drones que não estavam à espera de [os] encontrar, particularmente a baixas altitudes em torno dos aeroportos. (...) Não se pode negar que existe uma ameaça real e crescente à segurança da aviação comercial", afirmou Tyler.

Rob Eagles, um especialista em drones da IATA, afirmou que o grupo não dispõe de números relativamente aos aviões não tripulados que existem em todo o mundo. Mas revelou que quando a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos ordenou o registo de drones com um peso de até 25 quilogramas, no ano passado, foram contabilizados 300 mil só no primeiro mês (em Dezembro). "Sendo os drones com esse peso considerados pequenos, dá para ter uma ideia do número", disse Rob Eagles à agência AFP na conferência, antevendo um aumento no alcance e no tamanho dos mesmos.

A principal preocupação da IATA prende-se com os drones que voam a baixas altitudes perto dos aeroportos, que podem representar uma ameaça para os aviões que estão a descolar ou a aterrar, realçou Eagles. Os reguladores da aviação também pretendem garantir que o espectro de rádio usado para controlar os drones não interfere com os sistemas de controlo do tráfego aéreo, explicou.

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