Do Alentejo para o mundo, duas empresas de Évora fazem aplicações móveis

A Alentapp e a Star Track Technologies têm apps que já foram descarregadas em vários países.

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LEON NEAL/AFP

O Alentejo serve-lhes de base, mas duas empresas de Évora mostram que não há fronteiras nem distância no universo da tecnologia e criam aplicações móveis que chegam a utilizadores de qualquer parte do mundo.

"Eu posso estar a trabalhar num aeroporto, num banquinho. Podemos trabalhar de qualquer sítio" e "Évora é um sítio ótimo", até porque há "menos distrações e é mais calminho para nos concentrarmos", realça à agência Lusa Anthony Douglas, responsável da Star Track Technologies.

João Leitão, sócio da Alentapp, partilha da opinião de que, para programar aplicações informáticas basta uma ligação à Internet: "Podemos trabalhar em qualquer parte do mundo". E, assim sendo, porque não Évora? O objectivo, afiança, foi "mostrar que aqui se faz tecnologia e que saem produtos para o mundo tecnológico".

A Alentapp e a Star Track Technologies são duas das 27 empresas do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo (PCTA).

Acabado de chegar do estrangeiro, Anthony, filho de mãe alentejana e pai americano, explica que a sua aplicação, a Hole19, é destinada a praticantes de golfe, sendo a vertente principal, o mapeamento dos campos. "É totalmente desenvolvida em Portugal e serve como um GPS, permite ao golfista planear diretamente o jogo no campo e fazer o tracking [análise] das pontuações", diz. Na área do golfe, conta, "é uma das aplicações com mais crescimento num curto prazo de tempo", pois, a actual versão, lançada em Abril, já foi descarregada por 250 mil utilizadores a nível mundial.

Com a aplicação "foram jogadas mais de 500 mil voltas de golfe", destaca, realçando que a sua equipa já mapeou "30 mil campos de golfe" de todo o mundo, o que totaliza "cinco milhões de coordenadas GPS".

Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha são os três países com mais utilizadores da Hole19, mas a app também chega a golfistas da Austrália, Nigéria ou Arábia Saudita.

Quanto à Alentapp, conta com um portefólio de diversas aplicações no mercado e várias em carteira, algumas para clientes de Angola, Moçambique, Suíça, França e Macau. "Programamos o que o cliente idealizar. Em quatro meses de existência, publicámos oito aplicações, mas temos à volta de 30 agendadas até final deste ano", revela João Leitão.

E as criações são para todos os gostos: para um evento de curta duração, como feiras, para um guia turístico, para empresas de gin e de vinhos, para controlo remoto de equipamentos e até para uma queijaria ou para saber os horários das missas.

A famosa campanha dos banhos gelados, também constituiu uma oportunidade de negócio. A empresa fez a app da Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica, a "primeira do sector da solidariedade social" no país que permite donativos directos.

Inovações que podiam nascer em qualquer grande centro tecnológico, mas que têm selo do Alentejo, onde as empresas, com o impulso do PCTA, desfrutam do "melhor dos dois mundos", refere Anthony.

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