Com 14% do mercado, Microsoft vai mostrar o novo Windows

Juntando telemóveis, computadores e tablets, a empresa está longe de uma posição dominante.

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Será o primeiro sistema pela mão de Satya Nadella Reuters

A Microsoft vai revelar nesta quarta-feira mais detalhes do Windows 10, a próxima versão do sistema operativo, que surge depois do tropeção do Windows 8 e numa altura em que a Microsoft se tenta adaptar a um novo paradigma de computação pessoal.

O Windows 10 será a plataforma para todos os tipos de aparelhos de consumo – computadores, telemóveis e tablets –, embora cada um tenha uma interface específica. Actualmente, a Microsoft tem dois sistemas: o Windows 8, usado em computadores e tablets, e o Windows Phone, um sistema separado para telemóveis.

Ao uniformizar os sistemas, a empresa pretende tornar mais fácil o desenvolvimento de aplicações para os vários dispositivos e espera que isto funcione como um factor de atracção de criadores de aplicações, que têm sido um calcanhar de Aquiles do Windows, ao preferirem os sistemas Android e iOS. 

Nos computadores, o Windows 10 virá competir sobretudo com outro Windows: o 7, que tem já mais de cinco anos e que é ainda o sistema operativo mais usado, com uma quota de mercado de 56%, segundo dados de Net Applications. O Windows XP, lançado num longínquo 2001, é ainda o segundo sistema mais usado, com uma fatia de 18%. Por sua vez, o Windows 8, que representou uma mudança radical face aos antecessores, não vai além dos 14%.

Contudo, o cenário de domínio a que a Microsoft se habituou durante anos muda radicalmente quando se fazem as contas ao conjunto de smartphones, tablets e computadores. Esta análise, que já foi feita pela própria Microsoft, está em linha com a estratégia actual das empresas de criar um ecossistema transversal aos vários tipos de aparelhos. Números da Gartner indicam que os vários Windows representam 14% dos sistemas operativos usados pelos consumidores. O Android (impulsionado pelo Google) lidera com 49% e os sistemas da Apple (o iOS e o Mac OS) são 11%.

O novo Windows será o primeiro a ser lançado sob a batuta do presidente executivo Satya Nadella, um veterano da Microsoft que foi nomeado para o cargo no início do ano passado e que delineou como estratégia dar prioridade aos dispositivos móveis e aos chamados serviços cloud, fornecidos através da Internet. O evento de apresentação está marcado para as 17h de Lisboa.

Já em Setembro, a Microsoft tinha avançado algumas novidades: a reposição do menu Iniciar (cuja ausência foi uma das grandes queixas dos utilizadores do Windows 8), a possibilidade de usar os dois tipos de aplicações (as tradicionais e as que têm o novo estilo visual) no mesmo ambiente, e a existência de vários ambientes de trabalho. Um dos objectivos assumidos é o de acabar com a dualidade do Windows 8, desenhado para ser um sistema tanto para computadores como para tablets, mas que acabou por não seduzir os consumidores.

A nova versão do Windows, que deverá ser posta à venda depois do Verão, é também apresentada depois de um ano em que houve mudanças nos padrões de consumo. 

Por um lado, o mercado dos tablets, já amadurecido, abrandou significativamente. A empresa de análises IDC estimou um ritmo de crescimento nas vendas destes aparelhos de 7% em 2014, muito abaixo do crescimento de 53% verificado em 2013.

Por outro lado, no mercado dos PC, depois de um período de queda, há indícios de uma ténue recuperação. A Gartner, outra empresa de análises, diz que o envio de computadores para o retalho cresceu 1% no último trimestre do ano passado. A IDC, porém, aponta para uma queda de 2,4% ainda assim, uma melhoria face a números de períodos anteriores, que apontavam para descidas mais pronunciadas.
 

 

 
 

 

 
 

 

 
 

 

 

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