China proíbe Pokémon Go... Mas lança versão própria do jogo

A imprensa chinesa não tem poupado críticas ao jogo original, que foi agora oficialmente proibido pelo Governo de Pequim.

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Os jogadores chineses terão de se contentar com o City Spirits Go Toru Hanai/ Reuters

Depois de ter criado uma cópia do jogo japonês que nas últimas semanas se tornou viral em todo o mundo, a China decidiu proibir o Pokémon Go. A excepção, nota o jornal espanhol El País, acontece em Hong Kong,  que está sujeito a um regime especial e onde os moradores poderão instalar e utilizar a aplicação.

Ainda assim, mesmo que os chineses pudessem instalar o jogo, a sua utilização ia ser difícil, uma vez que o jogo requer uma combinação com o Google Maps, outro dos serviços bloqueados por Pequim. Para os que consigam contornar as proibições, recorrendo, por exemplo, ao uso de VPN’s, redes de Internet privadas e algum engenho técnico, a recompensa pode não ser a maior, uma vez que encontrar pokémons em território chinês é uma missão praticamente impossível, relata o mesmo jornal.

No país das cópias de redes sociais e aplicações, na Weibo – a versão chinesa do Twitter -, e no WeChat – o equivalente ao WhatsApp -, os jogadores tentam organizar-se para conseguir instalar uma versão do jogo original.

Em alternativa, o país oferece o City Spirits Go um jogo inspirado no Pokémon Go, criado pela Shenzhen Tanyu Interactive Science Culture. City Spirits Go funciona com base na mesma lógica de jogo e até os “pequenos monstros” são inspirados nos pokémons originais criados pela série de animação manga. O primeiro exemplo é o do ícone escolhido para representar o jogo: uma criatura amarela, com uns traços que nos lembram o Pikachu, um dos pokémons mais famosos. 

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As semelhanças entre os dois jogos são evidentes DR

Mas há diferenças. Na versão chinesa, os jogadores não têm de sair de casa e podem deslocar-se apenas virtualmente. Além disso, a realidade virtual, o grande atractivo do jogo japonês, também não acontece na versão chinesa e a câmara não está integrada na interacção entre os jogadores e a aplicação.

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A empresa que desenvolveu a versão chinesa nega as semelhanças e devolve as acusações à Nintendo DR

A empresa nega as acusações de cópia e defende-se dizendo que o jogo foi lançado em Março, virando as críticas para a Nintendo, que à data tinha apenas lançado a versão beta do jogo e estava ainda em fase de testes. Não obstante, reconhecem que adicionaram o apelido “Go” e que isso pode estar a gerar alguma confusão entre os utilizadores. Face às confusões com o nome e às semelhanças do jogo, o El País relata que alguns utilizadores chineses acreditam mesmo estar a jogar a versão original.

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