Carro sem condutor do Google passeou pelas ruas de cidade na Califórnia

Empresa actualizou software e colocou carro sem condutor nas ruas de Mountain View. Peões e obstáculos foram contornados sem acidentes.

Carro sem condutor do Google

A circulação de carros sem condutor do Google passou para as ruas movimentadas da cidade. Segundo testes recentemente realizados e cujos resultados são agora anunciados pela empresa, o software utilizado nas viaturas deu provas de que não cede ao stress da condução e contornou peões e objectos sem acidentes.

Um vídeo divulgado no YouTube pelo Google mostra imagens computorizadas de trânsito em Mountain View, cidade que serve de morada à empresa na Califórnia, e depois imagens reais de um carro, com duas ocupantes, mas em que nenhuma delas toca no volante enquanto a viatura faz um percurso previamente estabelecido. Em todos os percursos mostrados, o carro do Google parou ou abrandou em situações de perigo ou quando se cruzou com pessoas ou objectos. A viatura contornou peões e obstáculos sem dificuldade e mudou de faixa sempre que necessário.

Os testes fazem parte da actualização da tecnologia usada nos protótipos de carros sem condutor desenvolvidos pelo Google. Desde 2010, ano em que o projecto foi lançado, os carros sem condutor já acumularam perto de 700.000 quilómetros em testes. 

“Conduzir durante um quilómetro na cidade é muito mais complexo do que conduzir um quilómetro na auto-estrada, com centenas de objectos diferentes em movimento de acordo com diferentes regras de trânsito numa pequena área”, escreve no blogue do Google Chris Urmson, director do projecto.

Urmson explica que com a actualização do software usado nas viaturas é agora possível “detectar em simultâneo centenas de objectos-peões distintos, autocarros, sinais de stop usados por polícias de trânsito, ou um ciclista que avisa que vai realizar uma possível viragem”.

Conclusão: Chris Urmson garante que, além de ter em atenção situações que um ser humano não teria, o carro sem condutor “nunca se cansa ou se distrai”. “Ainda temos muitos problemas por resolver”, admite o responsável. “Mas milhares de situações nas ruas da cidade que nos teriam travado há dois anos podem agora ser navegadas autonomamente”, acrescenta.

Os carros usados nos testes do Google (até agora 24 viaturas foram usadas) têm um sensor no tejadilho, capaz de captar imagens em todas as direcções e construir um mapa tridimensional da área, que inclui a posição de outros veículos. À frente e atrás há sensores de proximidade (como os que alguns carros têm para ajudar nas manobras de estacionamento). No interior, está instalado um sistema de GPS, que inclui os limites de velocidade de cada estrada e toda a informação geográfica que a empresa recolhe através de serviços como o Street View. Há ainda uma câmara, perto do espelho retrovisor, que detecta semáforos e elementos em movimento, como bicicletas e peões.

Em Março de 2012, o Google convidou Steve Mahan, um norte-americano que perdeu 95% da visão, a tornar-se o primeiro passageiro oficial de um carro que não precisa de condutor.

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