Browser Opera avança para bloqueio de publicidade

As extensões quer permitem esconder anúncios são cada vez mais populares.

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Mal Langsdon/Reuters

O Opera, o pouco conhecido browser norueguês que ao longo dos últimos 20 anos atravessou as várias guerras de browsers mantendo uma quota de mercado diminuta, apresentou uma nova versão que inclui a possibilidade de bloquear publicidade. É o tipo de funcionalidade que se está a tornar cada vez mais popular e que tem preocupado os sites para quem os anúncios são uma fonte de receitas fundamental.

Por ora, a funcionalidade está disponível apenas na versão para programadores, onde tipicamente são colocadas opções que depois são transpostas para a versão principal. Ainda assim, o Opera é o primeiro browser com alguma expressão a avançar com a possibilidade de integrar o bloqueio de anúncios, o que significará que os utilizadores não precisarão de descarregar e instalar uma extensão específica para isto.

Actualmente, todos os grandes browsers têm extensões capazes de eliminar pelo menos boa parte da publicidade, tanto em páginas web, como, por exemplo, em vídeos. O AdBlock Plus, uma das mais populares extensões deste género, diz ter sido descarregado mais de 300 milhões de vezes. O concorrente AdBlock afirma ter 40 milhões de utilizadores.

Os anúncios intrusivos (como os que cobrem o conteúdo) são um dos motivos para os utilizadores quererem bloquear a publicidade. Outro é a rapidez: sem anúncios, as páginas abrem em menos tempo – e é esta a justificação do Opera para estar a testar a funcionalidade, que não vem ligada, tendo de ser activada pelos utilizadores. De acordo com a empresa, algumas páginas, quando retirada a publicidade, são quase duas vezes mais rápidas a carregar. Em média, os ganhos de velocidade são de 40%.  

Os bloqueadores de anúncios são um tema controverso, uma vez que privam muitos sites de receitas. “A publicidade alimenta a Internet, permitindo que muitos serviços sejam gratuitos para os utilizadores. Mas, como mostra a nossa pesquisa recente, a maioria das páginas web hoje são significativamente abrandadas por anúncios pesados”, afirma Krystian Kolondra, um dos vice-presidentes da empresa.

Segundo um estudo da PageFair, uma empresa irlandesa criada para vender serviços que ajudem as empresas a lidar com o bloqueio de publicidade, este tipo de tecnologia causou perdas de receitas em torno dos 20 mil milhões de euros no ano passado. Em Portugal, segundo a PageFair, aproximadamente um quinto dos utilizadores recorria a bloqueadores.

Tipicamente os bloqueadores de anúncios permitem aos utilizadores decidirem sites ou páginas em que a funcionalidade é desactivada. Alguns, depois confrontados com uma pressão crescente, começaram também deixar passar alguns anúncios (incluindo do Google), embora os utilizadores tenham a opção de um bloqueio total.

Alguns sites estão também a tentar contornar os bloqueadores. Alguns não permitem ao acesso aos conteúdos quando este tipo de funcionalidade está activa. Outros, pedem aos utilizadores para a desligar ou sugerem que apoiem o site de outras formas, que vão de contas pagas à assinatura de newsletters.

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