Os membros do comité dos negócios estrangeiros da Dinamarca deixaram os smartphones, tablets e computadores pessoais em casa antes de embarcarem rumo à Russia para uma visita oficial, esta semana. Numa altura em que a cibersegurança é uma preocupação comum, o departamento de tecnologias de informação do Parlamento dinamarquês terá recomendado que os aparelhos electrónicos com acesso à Internet ficassem em casa para evitar serem monitorizados.

É frequente que os departamentos encarregues da cibersegurança dos vários governos se preocupem que chamadas não encriptadas, mensagens de texto e navegação na Internet sejam interceptadas por atacantes. O que é menos usual é os políticos se despeçam dos aparelhos nas redes sociais.“Adeus, smartphone,” escreve Martin Lidegaard, um membro do partido Social-Liberal da Dinamarca, numa publicação na conta oficial do Facebook, onde aproveita para mostrar o telemóvel que vai utilizar durante a viagem. Trata-se de um Nokia 150, lançado em Janeiro de 2017, que permite funcionalidades básicas de chamadas e mensagens, mas não oferece acesso à Internet. “É um modelo que traz recordações,” comenta Lidegaard antes de se despedir das redes sociais, dos sites de notícias e dos e-mails.

Nick Hækkerup, do Partido Social Democrata, também escolheu a sua página oficial do Facebook para explicar que vai estar sem aparelhos com acesso à Internet durante a viagem com o comité de política externa: “[Por] motivos de segurança fui convidado a deixar tudo o que é chamado de iPhone, iPad ou similares em casa.”

Porém, nem todos aceitaram o conselho. De acordo com o jornal diário dinamarquês Berlingske, Marie Krarup do Partido Popular Dinamarquês de extrema-direita, terá ignorado as recomendações. Krarup é conhecida no país por ter um posicionamento mais favorável em relação à Rússia.

Os visitantes que respeitaram os conselhos do departamento de tecnologia do Parlamento vão estar desligados da Internet até sábado, altura em que voltam a casa.

Texto editado por João Pedro Pereira