Adeus, trabalho para toda a vida! Bem-vinda, formação contínua

Num futuro próximo, espera-se que 90% dos postos de trabalho exijam algum tipo de competências digitais.

 Há muito se multiplicam as vozes que alertam para o fim dos empregos para toda a vida mas parece que, por vezes, em Portugal, não acreditamos muito nesta nova realidade e que custa começar a prepararmo-nos para os desafios laborais que temos pela frente e onde as competências digitais se afiguram como críticas.

É um facto que a economia digital está já a transformar o mercado laboral e as competências digitais são cada vez mais valorizadas pelos empregadores nos processos de selecção. Porém, parece que apenas uma pequena parte da população tem noção desta realidade que se impõe a cada dia que passa.

Os indicadores de literacia digital em Portugal estão ainda bastante aquém da média europeia e há também um défice de competências digitais entre os portugueses. Numa economia cada vez mais digitalizada, num país onde a taxa de desemprego ainda ronda os 10% (entre os jovens este valor é o dobro), esta realidade – que afecta não só Portugal mas é transversal à Europa – é um desafio e também uma grande oportunidade.

Este fosso entre a procura e a oferta está a tornar-se cada vez mais visível e preocupante tendo mesmo levado a Comissão Europeia a classificá-lo como uma das prioridades europeias.

Na Google, cientes desta realidade, temos vindo a trabalhar constantemente para ajudar os jovens a adquirirem estas competências digitais necessárias. No mês de Dezembro, lançámos em Portugal o projecto Atelier Digital que, em pouco mais de seis meses, já formou – on-line e offline - mais de 19.500 portugueses, entre empregados, desempregados, com e sem curso superior, mais jovens e menos jovens.

 A educação e a formação têm um papel fundamental e para que ambas estejam alinhadas com as necessidades laborais do mercado é necessários que todos – instituições, empresas, população – façam um esforço para tornar a nossa sociedade mais avançada, competitiva e preparada para os desafios do presente e do futuro.

O relatório “Portugal – Uma Estratégia para o Crescimento” elaborado pelo Fórum da competitividade considera prioritário que as empresas e o Estado portugueses se preparem para a nova era digital, apostando na formação de recursos humanos, através de uma articulação entre o ensino e o mundo empresarial.

De acordo com o estudo “Índice de Densidade Digital” elaborado pela Accenture, que serviu de base ao relatório do Fórum para a Competitividade, em 2020, a economia digital pode representar 20% do Produto Interno Bruto português, criar 2,3 mil milhões de euros riqueza e gerar 3% dos empregos especializados em tecnologia.

Estamos a viver uma revolução tecnológica que avança a uma velocidade imparável e é nosso dever e missão contribuir para crescermos juntos e perceber que estamos numa fase em que será necessário dizer adeus ao trabalho para toda a vida e dar as boas vindas à formação contínua. Nenhum trabalho será o destino final mas apenas uma parte de uma viagem. Só assim seremos capazes de nos adaptar a todas as mudanças.

Segundo números do Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional e de outros organismos europeus, num futuro próximo, espera-se que 90% dos postos de trabalho exijam algum tipo de competências digitais.

No mês passado, o Governo português lançou a ambiciosa iniciativa nacional de competências digitais – Portugal INCoDe2030 –, uma acção integrada de política pública dedicada ao reforço de competências digitais dos portugueses e que se foca em cinco eixos: inclusão, educação, qualificação, especialização e investigação.

O Google, por via do Atelier Digital, está também a contribuir e a demonstrar que é possível mudar as coisas e que todos temos a opção de estar preparados para os novos tempos que vivemos – e os que estão ainda por chegar – e estar à altura dos desafios que vamos enfrentar. A pergunta que se impõe é: como é que numa conjugação de esforços de todos podemos converter Portugal num país de referência, com pessoas qualificadas que não têm medo do futuro e que podem aproveitar o melhor que ele vai proporcionar?

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