Salgado: violação do segredo de justiça “tenta formar a opinião pública”

Ex-presidente do Grupo Espírito Santo sente-se alvo das fugas de informação da Operação Marquês.

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Ricardo Salgado durante uma audição parlamentar. O antigo líder do Grupo Espírito Santo foi hoje ouvido em tribunal em Santarém. Miguel Manso/Arquivo

O antigo líder do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, acusa os responsáveis pela investigação da operação Marquês, onde é um dos arguidos, de permitirem violações de segredo de justiça que têm como objectivo “tentar formar a opinião pública” contra si. Em declarações à RTP à entrada do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, em Santarém, onde presta declarações no âmbito de um outro processo, o banqueiro diz estar de “consciência tranquila” quanto ao seu envolvimento no caso em que também é investigado o antigo primeiro-ministro José Sócrates.

“Tenho respeitado o segredo de justiça e, como sabem, houve uma extensão do prazo para que haja uma continuidade das investigações”, disse Salgado à RTP, a propósito dos últimos desenvolvimento na chamada Operação Marquês. “Aquilo a que eu assisti é que o segredo de justiça é constantemente violado, não por mim. Vem nitidamente no sentido de tentar formar a opinião pública contra a minha pessoa”, prosseguiu o antigo homem-forte do BES, garantindo de seguida estar “de consciência completamente tranquila” quanto a esse processo.

Ricardo Salgado regressou esta segunda-feira a tribunal no âmbito de um pedido de impugnação de uma contra-ordenação que lhe foi aplicada pelo Banco de Portugal. Em causa está uma multa de quatro milhões de euros aplicada em Agosto de 2016. Na mesma altura, o Banco de Portugal inibiu Ricardo Salgado do exercício de cargos em instituições financeiras por um período de dez anos.  

No pedido de impugnação, Salgado aponta o dedo ao Banco de Portugal para lamentar, por exemplo, o anúncio das medidas de resolução ao BES em conferência de imprensa, três dias depois da deliberação de instauração do processo de contra-ordenação. O que, a seu ver, constituiu uma “condenação antecipada e anunciada em plena praça pública”. com Lusa

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