Trabalhadores dos casinos de Espinho e Figueira da Foz fazem greve contra abertura no dia de Natal

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A greve anunciada vigora entre as 15h de domingo e as 5h de segunda-feira. Nelson Garrido

Os trabalhadores do Casino da Figueira da Foz e do Casino e Bingo de Espinho realizam uma greve no domingo contra a abertura destes estabelecimentos no dia de Natal.

O sindicalista António Baião disse hoje à agência Lusa que o pré-aviso de greve vigora entre as 15:00 de domingo e as 05:00 da madrugada de segunda-feira, abrangendo “um total de 250 trabalhadores” do Casino da Figueira, que pertence à Sociedade Figueira Praia, e do Casino e Bingo de Espinho, empresas que integram o grupo Solverde.
Além da abertura no dia de Natal, decidida pelas empresas pelo segundo ano consecutivo, os trabalhadores contestam as alterações do sistema de folgas semanais e o não aumento dos salários em 2011.

Em declarações à agência Lusa, o responsável pelo sector do jogo da Federação dos Sindicatos da Hotelaria e Turismo de Portugal, Francisco Figueiredo, disse que o pré-aviso foi subscrito “por vários sindicatos”.

Francisco Figueiredo destacou a “indignação dos trabalhadores” com a decisão da Sociedade Figueira Praia e da Solverde de abrir portas no Casino da Figueira da Foz e no Casino e Bingo de Espinho no dia de Natal, quando “tradicionalmente sempre estiveram encerrados nesta altura”.
“Ao longo dos anos, estas empresas sempre se pautaram pelo respeito do direito dos seus trabalhadores passarem o dia de Natal com as suas famílias”, reiterou António Baião.

Desde o ano passado, “sem qualquer explicação plausível, senão apenas por decisões economicistas, decidiram unilateralmente proceder à abertura dos estabelecimentos, obrigando os trabalhadores, por via de imposição no mapa de horário de trabalho, a terem de prestar serviço nesse dia”, acrescentou.

No ano passado, a Sociedade Figueira Praia ofereceu um prémio de 200 euros aos trabalhadores que compareceram ao trabalho no dia 25. Este ano, começou por recusar o prémio, mas face ao pré-aviso de greve, recuou e comunicou que o valor seria pago a quem não aderisse à paralisação.

Segundo Francisco Figueiredo, “isto configura uma violação da lei da greve e visa ter um efeito desmobilizador ilegal do protesto”. A seguir à greve, o Sindicato pretende que os 200 euros sejam pagos a todos os trabalhadores, incluindo os que aderiram à paralisação.

Está em causa ainda o facto de as empresas não terem efectuado qualquer aumento dos salários em 2011, apesar de serem “as duas operadoras no sector do jogo em cujas unidades os trabalhadores recebem os salários mais baixos”, segundo este dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Hotelaria e Turismo do Centro.

A agência Lusa tentou hoje sem sucesso contactar as administrações das três empresas visadas pela paralisação.

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