Spotters dizem que drones voam “sem rei nem roque”

Os entusiastas que dedicam os tempos livres a fotografar aviões dizem que junto ao aeroporto nunca avistaram nenhum drone.

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Este é o décimo primeiro incidente desde o início do ano Reuters/FRANCOIS LENOIR

Pela lente das máquinas dos spotters, que se encontram em sítios com perspectivas privilegiadas sobre as pistas do aeroporto de Lisboa, nunca foi visto nenhum drone. “Por aqui nunca vimos ninguém com isso e se víssemos saltávamos-lhes para cima”, afirma o septuagenário José Dias, que fotografa aviões quase diariamente desde 2000. “Eu se tivesse dinheiro para comprar um drone, gastava-o em imperiais."

O regulamento em vigor proíbe o voo destes veículos aéreos a mais de 120 metros de altura e nas áreas de aproximação e descolagem de um aeroporto. Mas não tem sido muitas vezes cumprido. “É uma selvajaria. Andam para aí sem rei nem roque”, comenta Luís Salgueiro, juiz da Federação Portuguesa de Aeromodelismo.

Todos os dias de manhã, à tarde e à noite, Luís Salgueiro regista novas matrículas de aviões que descolam ou aterram na capital. Acredita que o que falta para acabar com os incidentes com dronessó este mês foram registados sete – se resume a três palavras: sentido de responsabilidade.

“São pessoas deliberadamente irresponsáveis e inconscientes. A solução é obrigá-las a fazerem parte de um clube da modalidade e serem instruídas para comandar o drone. E só vender a pessoas que tenham esse documento, mesmo que seja para fins profissionais."

“Das duas uma: ou é implementada uma fiscalização ou então devem ser criminalizados. É que isto é brincar com o fogo”, acrescenta um spotter que pediu para não ser identificado.  

Texto editado por Andreia Sanches

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