SOS Racismo denunciou agressões, PSP determinou procedimento disciplinar

Movimento diz que as agressões aconteceram em Carnaxide e Lisboa.

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Agentes da PSP terão informado a Presidência da República de que iam levar o caso a julgamento RITA CHANTRE

O Movimento SOS Racismo denunciou agressões físicas a três cidadãos negros, perpetradas por polícias, em Carnaxide e Lisboa, tendo a Polícia de Segurança Pública aberto procedimentos disciplinares para apuramento cabal dos factos, informou nesta sexta-feira esta força de segurança.

As agressões físicas remontam ao passado dia 16, quando um cidadão negro foi surpreendido com uma rusga da PSP ao seu estabelecimento comercial, na Portela de Carnaxide, durante a qual foi “agredido” por polícias, segundo um comunicado enviado à agência Lusa, pela organização SOS Racismo.

Na mesma nota, o movimento acrescenta que o homem, que foi depois “arrastado até à carrinha da polícia, algemado e insultado com declarações racistas dos agentes da PSP”, sofreu uma “fractura da cabeça do perónio do joelho esquerdo”.

As outras agressões ocorreram na madrugada de segunda-feira última, quando Matamba Joaquim, actor do teatro Griot, e um amigo “foram barbaramente agredidos” por agentes que circulavam numa viatura de patrulha da PSP, após uma altercação com os polícias, de acordo com a SOS Racismo.

“Matamba e o seu amigo foram detidos para serem conduzidos à esquadra da Baixa e durante a viagem foram agredidos e insultados por agentes", refere a mesma nota da organização, que acrescenta que "as agressões e os insultos racistas, acrescidos de troça”, continuaram no interior da esquadra.

A Lusa questionou a PSP sobre o ocorrido, tendo o porta-voz da direcção nacional, Hugo Palma, informado que o Comando Metropolitano de Lisboa “determinou a abertura dos competentes procedimentos disciplinares, no sentido do apuramento cabal dos acontecimentos relatados”.

Relativamente aos incidentes de segunda-feira última, o porta-voz da direcção nacional da PSP indicou que um agente policial “teve de receber assistência hospitalar” devido a agressões de que foi vítima.

Contudo, a PSP já tinha “iniciado procedimento disciplinar, na sequência de queixa formal apresentada contra o efectivo da PSP”, concluiu Hugo Palma.

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